A ondulação de três metros arrastou a vítima, de nacionalidade brasileira, que passeava à beira-mar na praia da Nazaré e molhava os pés quando foi surpreendida pela rebentação da vaga. Seria resgatada a cerca de trinta metros da costa.
Filipe Carepa relatou que “foi um bocado complicado, porque a onda era muito alta e vinham vagas muito seguidas. Abandonei a mota de salvamento marítimo e fui resgatá-la a nado porque não conseguiria pô-la em cima da mota por estar inconsciente e devido à forte rebentação”.
“Tentei tirá-la da zona de perigo para fora da rebentação, mantive-me lá um bocado fora à espera que passasse mais esse período da vaga, sempre com a indicação de populares na praia se vinha mais rebentação ou não, e na altura que vi indicada, vim a nadar para terra com a vítima, e ao chegar à zona de costa fui auxiliado por um elemento da associação de nadadores salvadores da Nazaré, que ajudou-me com um cinturão de salvamento e com o apoio da Polícia Marítima”, descreveu.
“Só em terra a vítima começou a falar, a dizer que estava em choque mas agradecida”, contou Filipe Carepa, de 37 anos. Há oito anos que trabalha na estação salva-vidas e já não contabiliza quantos salvamentos efetuou. “É o nosso dia a dia”, apontou.
Na altura do afogamento, estava a participar numa ação destinada a sensibilizar os banhistas para os perigos inerentes à prática balnear na época em que ainda não há vigilância.
“Fiquei bastante satisfeito pela resposta que foi dada, num salvamento em circunstâncias muito difíceis”, afirmou Lourenço Gorricha, comandante da capitania da Nazaré, revelando que o tripulante da estação salva-vidas “manifestou bastante coragem e abnegação, o que vai ser publicamente reconhecido pela Autoridade Marítima Nacional” através da atribuição de um louvor.
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