Está em curso a reacreditação de qualidade, que foi atribuída pela Joint Commission Internacional há três anos, e “vamos estender a certificação aos hospitais de Alcobaça e Pombal”, anunciou aquela entidade. “É todo um centro hospitalar que queremos reconhecido e isso é para a nossa população um sinal de confiança”, afirmou Helder Roque, no dia em que o Hospital de Santo André comemorou 20 anos.
O anúncio do CHL foi visto como “um passo em frente e um sinal de que o encerramento da unidade está posta de parte” por Rosa Domingues, da Comissão de Utentes dos concelhos de Alcobaça e Nazaré.
“A motivação do pessoal” é outro dos aspetos realçados pela Comissão de Utentes, com a futura certificação da unidade, tida como “uma mais-valia para a comunidade que serve”.
Para Rosa Domingues, a ligação a Leiria tem sido benéfica, e visível, ao nível de várias melhorias e organização efetuadas, mas reconhece que as Urgências continuam com algumas lacunas.
“Aquilo que nos chega é que foi uma mais-valia a ligação a Leiria e a manutenção da unidade em funcionamento, mas muitos queixam-se do serviço de urgência, que não está como o próprio Conselho de Administração queria”, refere a Comissão que, contudo, ressalva que o funcionamento da mesma “não está nas mãos do Conselho de Administração”.
“São empresas externas que estão com o funcionamento deste serviço” onde, há pouco tempo, se registou uma situação complicada, com o Hospital a ficar durante uma hora e meia sem qualquer médico nas urgências.
Sobre a certificação, Helder Roque defende que há, agora, “um trabalho árduo de auditoria externa de avaliação de todas as regras de qualidade e segurança”, pelo que admite que será “um grande desafio”.
“Estamos habituados a ganhar os nossos desafios e acredito que iremos ser bem-sucedidos mais uma vez”, sublinhou.
“Sabemos que temos boas práticas, mas nem sempre as registamos, e temos de as evidenciar aos auditores internacionais que nos vêm visitar entre 6 e 10 de julho”, acrescentou Helder Roque, reconhecendo que os hospitais de Alcobaça e Pombal “não têm as condições físicas ideais”, o que será “compensado com o grande calor humano dos profissionais, que trabalham com qualidade”.
Helder Roque confessa que os “elogios” e “distinções” ao HSA não deixam ninguém indiferente e é um “estímulo” para continuar a obter “muitos melhores resultados”.
“Creio que nunca devemos estar satisfeitos. E é nesta fase de desenvolvimento, que temos que definir que modelo de Centro Hospitalar pretendemos projetar para o futuro, e aqui, mais uma vez, devemos sempre pretender a excelência clínica como meta prioritária para a qualidade”, sublinhou o presidente do Conselho de Administração.
Hélder Roque afirmou ainda que está “sempre insatisfeito” quanto ao número de profissionais de saúde. “Temos vindo a conseguir em algumas áreas, mas não conseguimos médicos de todas as especialidades, por isso é que em algumas delas as respostas são mais demoradas”, confessou.
O Ministério da Saúde tem lançado concursos públicos para a colocação de alguns especialistas no Centro Hospitalar de Leiria, mas as vagas nem sempre são preenchidas. Helder Roque entende que a “oferta disponibilizada é inferior ao número de candidatos” e “aqueles que se formaram nos grandes centros ficam onde têm família e têm a sua vida estabilizada”.
Uma das formas de tentar combater esta dificuldade é através da formação de clínicos. “Neste momento, temos cerca de 120 internos. Há dez anos tínhamos pouco mais de 20. Termos capacidade de formar é também uma maneira de os fixar em Leiria, num hospital que já conhecem”.
No plano estratégico para 2015, o Centro Hospitalar de Leiria tem a decorrer a reabilitação interna dos hospitais de Alcobaça e Pombal e pretende abrir um hospital de dia em Alcobaça, onde também será criada uma unidade de cuidados paliativos.
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