Cencal desenvolve novo modelo de formação para a indústria cerâmica Um novo modelo de formação na área do ecodesign para a indústria cerâmica está a ser desenvolvido no Cencal, em Caldas da Rainha, e será testado em quatro empresas portuguesas que integram um projecto europeu. Denominado INEDIC – Inovação e Ecodesign na Indústria Cerâmica – o projecto “consiste no desenvolvimento de metodologias e de matérias na área do ecodesign, aplicadas na formação que vai ser dada às empresa para que as testem na sua linha e de produção”, disse à Lusa David Camocho, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).
O projecto é financiado pela União Europeia e coordenado em Portugal pelo LNEG, decorrendo em simultâneo em Portugal, Espanha e Grécia. A ideia é contribuir “para que as empresas produzam produtos mais sustentáveis”, explica o mesmo responsável.
Desenvolvido em parceria com o Centro Português de Design, Centro Tecnológico da Cerâmica e do Vidro, Centro de Formação para a Industria Cerâmica (Cencal) e a Escola Superior de Arte e Design (ESAD), o INEDIC pretende contribuir para a diminuição de desperdícios na indústria cerâmica, através da introdução de conceitos de eco design no processo produtivo. “O designer, pode ser considerado, no ciclo de vida do produto, responsável por cerca de 80 por cento dos impactos ambientais”, disse à Lusa Fernando Carradas, professor na ESAD, justificando a necessidade as empresas “darem o salto do design para o novo conceito de eco design”. A diferença, explica, “é que o eco design monitoriza os impactos ambientais desde a concepção do produto a todo o seu ciclo de vida”, possibilitando ao designer “optar por materiais ambientalmente menos prejudiciais, mais duráveis, recicláveis e reutilizáveis”. Depois de no último ano ter sido estudado o processo produtivo das empresas cerâmicas, os novos conceitos de eco design vão a partir de 8 de Novembro ser transmitidos às empresas no Cencal, que durante oito meses promoverá acções de formação. A formação será testada nas cerâmicas Spal e Faria e Bento (Alcobaça), Revigrés (Águeda) e Cerâmica Moderna do Olival (Ourém), “para que possam ser corrigidas as falhas e os procedimento adaptados às necessidades práticas desta indústria”, adianta David Camocho. Os resultados nas empresas portuguesas serão no final comparados com os obtidos em Espanha e na Grécia, culminando o projecto em Setembro de 2011 com a edição de um manual orientador para o sector cerâmico.
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