Desde Abril que se encontra em exposição na Galeria Poex na Nazaré “Poesia Experimental” de Armando Macatrão, um conjunto de poemas que aliam a palavra a uma forte componente conceptual e visualmente expressiva. O poeta é mesmo considerado um autor cujo trabalho é marcado por um forte grau de conceptualização capaz de conjugar a geometria com códigos linguísticos. Este conta já no seu currículo com exposições nacionais e internacionais que trataram de levar o seu trabalho a cidades do país como Setúbal ou Bolonha em Itália. Macatrão é ainda considerado um poeta experimental com características próprias graças à estética “concretista” de grande parte dos seus poemas ou pelo cuidado técnico posto na sua execução, sem esquecer a reflexão que cada poema seu revela.
Contudo, não se pense que as suas criações estão vedadas ao entendimento do comum dos mortais, junto a estas vem acompanhada uma nota explicativa que procura contribuir para a transmissão eficiente da mensagem (uma espécie de legenda, digamos) que permite compreender a génese e a complexidade dos trabalhos. É algo que demonstra claramente a preocupação do poeta em fazer entender um tipo de obra literária que nem sempre é acolhido com a disponibilidade reflexiva que exige, ao mesmo tempo que se procura não limitar a leitura a tal explicação, antes abrindo as portas para outro tipo de horizontes.Armando Macatrão não deixa de expressar igualmente a influência que a formação científica tem nos seus poemas, além da Natureza e dos temas ambientais (questões tão presentes hoje em dia) ou a própria preocupação que manifesta com os dilemas da sociedade actual e os “absurdos aterradores do nosso tempo” (assim o indica o texto de introdução à exposição). Até final de Junho a Galeria Poex encontra-se aberta ao público todos os dias entre as 10 h e as 13 h, alargando-se o horário até às 20 h entre sexta e domingo. DM
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