Entrámos em 2022, o suposto ano em que a pandemia acabaria, e a luta contra o vilão que nos assombra há dois anos daria tréguas. É hora de nos focarmos em todos os problemas, lutas e questões que a COVID-19 encobriu.
A discussão central prendeu-se à volta do setor da saúde e das perdas no setor económico onde se evidenciaram a escassez de recursos materiais e sobretudo humanos no SNS e nas dificuldades em que alguns setores chaves na nossa economia encontraram, nomeadamente, o setor industrial e o turístico.
Durante este período, esquecemos a questão humana e as suas relações, o que nos leva a questionar: E as pessoas, como ficaram?
As pessoas ficaram para segundo plano, e assistimos a um conjunto de acontecimentos que nada valorizam o ser humano e, que no fundo, nos envergonham e trazem alguma deceção enquanto sociedade.
Exemplos como, a morte de Bruno Candé, a morte da pequena Valentina, vítima de um sistema de proteção social que falhou, as 36 mulheres que morreram às mãos dos seus maridos, namorados e ex-namorados (um nome que me salta à mente e à alma, a Beatriz Lebre, estudante na mesma faculdade que eu) mortos e agredidos porque dizem “não”.
E agora, o que fazemos? Fazemos e teremos que fazer tudo! É a nossa obrigação, enquanto cidadãos denunciar e lutar todos os dias contra o racismo; proteger crianças indefesas, mesmo dos seus pais; acabar com a frase feita de “entre marido e mulher não se mete a colher”; mete-se sim, a colher, o garfo, a polícia e tudo ao barulho.
É claro que enquanto cidadãos individuais, o nosso papel pode ser visto como menor, contudo, existem políticas que terão de ser ajustadas às necessidades do nosso país. E é por isto, que este mês de Janeiro é fulcral, somos novamente chamados às urnas para exercer o nosso dever e direito de voto, para que sejamos ouvidos enquanto sociedade e que as políticas se adequem para vermos o fim das múltiplas injustiças sociais ainda existentes.
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