O que implicaria que os países mais ricos lhes assegurassem o crescimento económico e garantissem aos seus cidadãos igualdade de oportunidades e tratamento. Uma tarefa difícil mas possível, que exigiria medidas responsáveis e honestas.
Sabemos hoje em dia que o que aconteceu aqui não foi nada disso. Foi antes um processo maquiavélico, determinado pela Alemanha e executado pela “troika”, com a conivência de um Governo subserviente. A ajuda concedida em lugar de nos reabilitar causou-nos problemas gravíssimos. Destruiu-nos a economia, produziu-nos milhares de desempregados, reduziu-nos drasticamente o Estado social, criou-nos uma dívida acumulada incomportável e roubou-nos o futuro, esmagando a classe média e forçando a emigração dos nossos jovens mais qualificados. À custa deste empobrecimento provocado nos países do Sul, a Alemanha resolveu os problemas da sua banca, aprofundando ainda mais as desigualdades existentes.
É verdade, como o Governo diz com baba e ranho, que reduzimos o défice e que o nosso PIB cresceu ligeiramente. Mas o presente mostra-nos um país devastado, com menos património, com menos gente qualificada, com menos jovens, com serviços degradados, com níveis de pobreza elevadíssimos e com um futuro altamente comprometido. Tudo porque a subserviência e a cegueira governamentais os impediu de verem a realidade. E a realidade é a de que nos endividamos irresponsavelmente, e vamos agora ser obrigados a pagar um serviço da dívida que não tem em conta o défice da balança comercial nem nos garante a fluidez económica.
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