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Paulo Brites deixou o comando técnico de “Os Nazarenos”

JJP

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Depois de vários jogos como treinador da equipa sénior de “Os Nazarenos”, onde em 24 pontos possíveis, só conquistou 3, o treinador Paulo Brites apresentou a sua demissão. O Região da Nazaré publica um excerto daquilo que o ex-mister nazareno considera que falhou na sua passagem pelo clube nazareno.

Pedi a demissão, não por sentir que a equipa não dava mais, mas por razões de principio que tenho na vida, senti que quem estava a meu lado e não estou a referir-me a jogadores, não tive o apoio que eu achava que merecia, sabiam das razões deste começo de campeonato e que a equipa tinha tudo para crescer pois só com o decorrer dos jogos, e com os lesionados a regressarem aos treinos mentalmente a equipa cresceria. Refiro-me a quem estava a meu lado que não teve estofo para analisar o que se avizinhava e parece que á sétima jornada para alguns a equipa já estava condenada a descer, nada disso. Quando se tem 22 jogadores num plantel e só os consegue juntar para treinar a uma semana de começar o campeonato e devido a vários factores: trabalho sazonal de alguns, futebol de praia de outros, férias pelo meio, que os mesmos tiveram. Já tínhamos começado a pré época mas sabíamos de antemão que iria ser complicado, tenho consciência disso, eu falava com o meu adjunto onde lhe dizia, “esta equipa só pode crescer com o tempo nos jogos,” não havia outra solução. Chegámos a ir fazer jogos de pré época só com 5 jogadores que faziam parte dos 22, o resto eram atletas á experiência e alguns que pediam para treinar, outros juniores. Tive o azar de se lesionarem jogadores importantes dentro do esquema que idealizei e que transmitiriam toda a mística e garra do clube nos jogos. Quando ia para um treino com um plano bem definido do que queria, apareciam 7/8 jogadores para treinar, não foi fácil, quando quis trabalhar sectores e por exemplo no defensivo tive por vezes 2 defesas, só se juntando quase toda a defesa nas sextas- feiras que era quando estavam todos disponíveis. Quando se trabalhava por exemplo em algumas semanas 70% dos treinos, tinham como objectivo a finalização onde em 7 jogos que estive no comando da equipa os jogadores fizeram 67 remates às balizas adversárias e apenas 5 golos marcados está tudo dito. Quando sai do clube só existia um ponta de lança, outro estava lesionado contra isso nada a fazer, e existia outro que foi castigado injustamente no qual apanhou 4 jogos podendo-se recorrer à AFL que reveria o caso e baixava para dois jogos. A direcção do clube deixou andar não se mexeu em nada. Quem foi o comandante do barco fui eu e assumo a responsabilidade total, mas assim não há milagres e por vezes os treinadores são julgados por aquela coisa redonda não passar o risco de baliza e mesmo jogando mal interessa é ganhar. Eu não me revejo nesse tipo de futebol, a grande satisfação que me dá é saber que pratiquei um futebol muito agradável de se ver manifestado por pessoas entendidas e não pelo gajo que pede para entrar a borla para ir ver o jogo e chamar nomes ao árbitro, mas ate esses ficaram agradados com os jogos que a equipa fez, onde falhámos foi não termos metido golos em tantas oportunidades que tivemos e ponto final. Queria deixar um apreço a alguns jogadores que tudo fizeram para as coisas mudassem dentro de todas estas nuances que falei. Sai de consciência tranquila e não belisca em nada o que já fiz ate aqui, e digo mesmo, sai para não haver alguma razia no plantel pois essa era a vontade de quem estava a meu lado mas ai era pior se já não existem jogadores em número suficiente para treinar iria ser pior. Falei com dois treinadores amigos que estão nesta mesma divisão e estão nos primeiros lugares onde tecem rasgados elogios ao meu trabalho e como a equipa praticava um bom futebol, um ate me disse para voltar com a palavra atrás, mas não abdico nem me submeto a ninguém foi assim e será assim que tive e terei sucesso. Fiquei com uma mágoa enorme não poder ajudar a crescer alguns jogadores mas não abdico dos meus princípios para se poder trabalhar temos que remar todos para o mesmo lado, e sentir que existem outras coisas não sei trabalhar assim. Desejo toda a sorte do mundo ao plantel e ao meu amado clube GDN

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