Depois de o vice primeiro-ministro ter enchido a boca para defender a situação dos Pensionistas, eis que surge a novidade: vai haver cortes também nas pensões de viuvez. Em nenhum momento se ouviu o anúncio de corte nas pensões daqueles que têm duas e três reformas e ganham uma pequena fortuna por mês. Esta atitude governamental chega para nos avivar a memória: somos todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros…
Se os governantes e os seus assessores quisessem fazer uma pequena experiência, talvez governassem com mais ponderação e sabedoria – cada um deles experimentaria viver, durante um mês, com a pensão de um reformado viúvo e pagar as suas contas. Seria interessante, do ponto de vista sociológico. É fácil tomar decisões sobre a vida dos outros, quando nunca estivemos na sua pele!
Apesar de não serem dados a experiências e não comunicarem muito com o povo (a não ser para anunciar novos cortes e aumento dos impostos), as medidas governamentais levam-nos a crer que, apesar de tudo, o governo só quer o bem dos portugueses. A obesidade é um problema que preocupa a Organização Mundial de Saúde, seja ela a infantil ou a da terceira idade. Na última etapa da vida, um obeso corre mais riscos do que um idoso magro, sem meios para se tornar obeso… É tudo uma questão de saúde. É preciso estar na linha – pensarão os nossos governantes.
Afinal, a razão dos cortes está no cinto. Quanto mais apertarmos o cinto, mais saudáveis seremos e mais depressa fazemos boa figura no resto da Europa. O problema é se nos acontece como ao cavalo do outro: quando deixou de comer e trabalhava o dobro, já dava lucro, mas como não aguentou, morreu…
A mensagem do governo é clara: “Ó Zé, aperta o cinto! Aperta o cinto, que a Troika gosta assim!”
0 Comentários