Têm sido muito grandes os sacrifícios pedidos aos portugueses. Poucos têm sido os resultados. Tal como os touros na arena que chegam cheios de vontade de marrar, também os nossos políticos chegam à cadeira do poder cheios de vontade de fazer diferente, mas a verdade é que, tal como os toiros no fim da tourada, também eles saem de cena com uma imagem de impotência e derrota.
Este governo apenas tem feito cortes e aumentado os impostos e, aquele que vier depois fará o mesmo. Lá garganta têm eles … garganta e lábia para nos convencerem de que com eles será diferente. E, nós, portuguesinhos crentes, lá vamos acreditando. Somos um povo cheio de fé. Temos Fátima, os pastorinhos e os milagres. Mesmo que digamos que não acreditamos em nada, passamos a vida a chamar por Deus, pelos Santos, por Nossa Senhora, enfim, o que significa que acreditamos sempre que vamos dar a volta à situação.
As imagens que nos chegam do Chipre são preocupantes. As longas filas em frente às caixas Multibanco fazem-nos pensar quando será a nossa vez. As pessoas tentam, ingenuamente, levantar o dinheirinho que foram amealhando, sabe-se lá com que dificuldade, e de que uma Europa moribunda, lhes quer tirar 20% . Que mal fizeram os cipriotas para verem 20% dos seus depósitos a prazo serem levados pelo Estado para pagar parte de uma dívida que ninguém pediu para ser contraída?
E Nós? Quando chegará a nossa maratona de ir à caixa Multibanco? Primeiro, a banca convencia-nos a contrair empréstimos – era só facilidade. Depois, instalou-se a crise e a mesma banca convidou-nos a fazer poupanças, apontando-nos diretamente o caminho dos depósitos a prazo, com juros mais altos. Talvez já fizesse tudo parte da preparação da maratona…
Talvez os cipriotas tivessem mais o que poupar. Talvez a nossa corrida às Caixas Multibanco não seja assim tão grande. Afinal, a maior parte de nós vive na corda bamba, sem saber como vai ser o mês seguinte se aparecer um imprevisto, logo, a nossa banca, mesmo que queira levar 20% , será 20% de nada.
Bem dizem que a História é cíclica: no tempo dos nossos avós, as pessoas guardavam o dinheirinho debaixo do colchão, na latinha do café, ou nos esconderijos mais estranhos de que se lembrassem… Mas confiar no Estado e nos Bancos, é que não!
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