O corpo de Maria Isaurinda estava no chão da cozinha e tinha um lençol por cima. Quem a matou terá sido surpreendido pela idosa, que, sem medo, como era sua característica, o deve ter enfrentado. “Ela mostrava-se muito corajosa e por isso não tinha medo de deixar a porta aberta. Também eu lhe tinha chamado a atenção”, disse Isabel Vigia, que atualmente desempenha funções no gabinete de relações institucionais da EDP. “Podiam ter levado tudo mas poupado a vida”, lamentou.
A Polícia Judiciária de Leiria esteve dois dias no local para recolher vestígios do crime. O pátio da Vivenda Rosa, na Rua Guilherme Filipe, no bairro Rio Novo, era percorrido pelos cães e gatos que eram a companhia da mulher de 87 anos, natural da Nazaré. “Todos os dias ela estava ocupada com os animais de quem tanto gostava”, relatou a sobrinha da vítima, que era viúva e vivia sozinha.
O cadáver foi descoberto por um agente da PSP que se deslocou à vivenda, com os bombeiros, depois de terem sido alertados pelo marido da ex-deputada, na sequência da comunicação de funcionárias da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré, que prestava apoio domiciliário à idosa. As assistentes não conseguiram contactar com Maria Isaurinda na terça-feira para lhe entregarem o jantar e deixaram-no à porta. No dia seguinte, quando iam levar o almoço, estranharam que a refeição não tinha sido comida e comunicaram a suspeita de que a idosa pudesse ter sido acometida de doença súbita. Afinal tinha sido assassinada.
A octogenária já tinha sido assaltada duas vezes este ano. Em agosto levaram-lhe peças em ouro e há cerca de três semanas ficou sem o cheque da reforma que recebia. No segundo caso foi identificado o larápio.
Os moradores do bairro Rio Novo queixam-se de falta de iluminação. Em redor da casa de Maria Isaurinda existem dois postes que estão desligados várias horas por poupança energética e outro está partido. Apenas um funciona.
Junto à casa da idosa fica situado o antigo bar do ex-jogador do Sporting, Benfica e do F.C. Porto, o internacional português Emílio Peixe, que foi várias vezes assaltado e de onde até torneiras levaram. Atualmente o estabelecimento está fechado.
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