“As expetativas apontavam para um aumento de produção relativamente ao ano anterior. Infelizmente, este fungo, já muito em cima da colheita, fez com que haja uma quebra de 20% em relação ao ano passado”, afirmou Aristides Sécio, presidente da Associação Nacional de Produtores de Pera Rocha (ANP).
O dirigente alertou para as consequências económicas e sociais que este facto pode ter para o setor em geral, que emprega cinco mil pessoas todo o ano, um número que chega aos 15 mil na altura da colheita.
Depois de visitar um pomar e a central fruteira da organização de produtores Frutoeste, no concelho de Mafra, o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, anunciou à Lusa que a tutela vai criar “um grupo de acompanhamento, que junta o Instituto Nacional de Investigação Agrária, a Direção Geral de Veterinária e Alimentação, o Centro Operacional e Tecnológico Hortofrutícola Nacional, a Direção Regional de Agricultura e a ANP” para que estas entidades trabalhem em conjunto para encontrarem “uma solução para debelar este problema”.
A campanha deste ano, de 2016/2017, cuja colheita termina dentro de duas semanas, não deverá ultrapassar as 100 mil toneladas, quando em 2015/2016 foi de 115 mil toneladas.
O setor da pera rocha pediu ainda a abertura de mais mercados para colmatar o problema do embargo russo aos produtos europeus.
Luís Vieira adiantou que foram já iniciados os processos técnicos necessários à abertura de mais doze mercados, entre os quais Perú, México, África do Sul, China, Índia e Indonésia aos produtos portugueses e a pera rocha será um dos primeiros a serem exportados.
A visita do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação foi promovida pela Direção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo, pela Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutos e Hortícolas e pela ANP.
A ANP, que representa o setor, possui cinco mil produtores associados, com uma área de produção de 11 mil hectares.
Mais de metade da produção é exportada, tendo como principais mercados o Brasil (29.000), o Reino Unido (11.00), França (9.000), Marrocos (8.300l) e Alemanha (4.300).
A pera rocha é produzida (99% ) nos concelhos entre Mafra e Leiria, numa área de cultivo de 11 mil hectares, sendo os concelhos de maior produção os do Cadaval e Bombarral.
A pera rocha do Oeste possui Denominação de Origem Protegida, um reconhecimento da qualidade do fruto português por parte da União Europeia.
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