“Não há divisão nenhuma que não esteja danificada”, lamentou Zélia Firmino. “Nos dias em que há explosões, uma vez por semana, temos de sair de casa, porque estão quase ao nosso lado a fazer os rebentamentos. Só temos uma estrada a separar”, relatou, receando o agravamento do problema porque a pedreira pretende ampliar a sua área.
A casa de Graciete Martins “até um buraco tem na parede”, indicou a moradora. “A casa foi construída há pouco mais de dez anos e está toda rachada”, fez notar. Os residentes na urbanização “não podem vender porque ninguém quer comprá-las e já desvalorizaram. Não é tolerável e queremos uma solução definitiva”, afirmou.
“A pedreira faz tremer a casa toda. Os estrondos são cada vez mais acentuados. O que pedimos é que nos arranjem as residências e fechem a pedreira”, declarou Maria do Carmo, outra proprietária inconformada com a situação.
Conceição Moreira, a moradora mais próxima da pedreira, também mostrou os prejuízos na lareira, que ficou deslocada, azulejos partidos e fendas nas paredes.
Os moradores apontam que já não suportam a intensidade dos rebentamentos e também se queixam do ruído e das poeiras provocados pelo funcionamento da pedreira, que afeta igualmente uma unidade hoteleira nas proximidades.
A empresa responsável pela pedreira tem rejeitado as queixas, tendo sido feita uma exposição à comissão de coordenação regional e à Câmara Municipal de Óbidos por parte dos moradores, que apresentaram o caso a uma delegação do Partido Ecologista Os Verdes e da CDU.
Sónia Colaço, dirigente de Os Verdes, disse que quis “perceber no local as denúncias que nos fizeram chegar”, considerando haver “incompatibilidades” entre o funcionamento da pedreira e as habitações. Revelou que irá relatar aos dois deputados do partido na Assembleia da República.
Rui Raposo, da CDU, exortou os moradores a levantar a questão na Assembleia Municipal de Óbidos, o que veio a acontecer posteriormente e onde foi criada uma comissão de acompanhamento do caso. “Vamos dar conta ao nosso grupo parlamentar na Assembleia da República e pressionar as entidades competentes para resolver esta situação que é dramática para os moradores”, revelou.
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