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Icel da Benedita vende 4,5 milhões de facas por ano

Paulo Alexandre

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Facas e cutelos, feitos com um Know How com 70 anos de história, são fabricadas na ICEL, da Benedita, e continuam a ter uma forte procura do mercado. A empresa tem, desde há pouco mais de um ano, um novo Presidente, Nuno Radamanto.

O antigo piloto de aviões assumiu há pouco mais de um ano a liderança da empresa de cutelaria fundada, em 1945, pelo seu avô, Joaquim Jorge.

Para o novo gestor, com mandato até 2017, o objetivo é, sem ruturas, preservar o principal legado deixado pelos tios, a solidez financeira, que lhes permitiu atravessar a crise sem problemas, ao mesmo tempo que espera recuperar a faturação de outros tempos. Em 2013, a Icel registou um volume de negócios de 7,5 milhões de euros – saíram da fábrica 4,5 milhões de peças -, mas, em 2004, foram 10 milhões de euros.

“Esperamos voltar a este nível dentro de cinco ou seis anos, através da entrada em novos mercados, mas também porque esperamos que os mercados mais penalizados pela crise retomem os valores anteriores”, adiantou Nuno Radamanto. Em cinco anos, a empresa perdeu 20% do negócio, tendo iniciado a recuperação no ano passado. Os lucros, em 2013, totalizaram 400 mil euros, estando previsto para este ano um crescimento dos resultados líquidos entre 50% e 60% .

A Icel vende apenas 22% em Portugal, sendo o restante para exportação. Espanha, Estados Unidos, Canadá e Grécia, que até antes da crise era o maior mercado – em 2007, a Icel vendeu mais neste país do que em Portugal – são os motores das exportações. Mas há outros que começam a ganhar relevância, como alguns países árabes e do sudeste asiático.

“Temos tido um crescimento exponencial das vendas na Arábia Saudita, com quem temos relações comerciais há 25 anos. Conseguimos um bom parceiro na área da distribuição, que fez bem o seu trabalho e tornou a marca Icel conhecida”, justificou Nuno Radamanto. Singapura, Indonésia, Vietname, Filipinas e Malásia e, ainda no início, a Tailândia são outros dos destinos das facas portuguesas.

A entrada nos mercados continua a ser o trabalho mais difícil, já que a Icel disputa o negócio com os maiores do mundo, sobretudo alemães e suíços, entre os quais a Victorinox, o principal player mundial e dona dos emblemáticos canivetes multiusos. Há uma vantagem, que para já tem tido importância: os preços da Icel são competitivos face aos da concorrência, sobretudo, por causa do custo inferior da mão-de-obra. “Seria utópico dizer que não beneficiamos deste fator, mas a vantagem que temos face à Alemanha e Suíça perdemo-la, em maior escala, com os produtores da Ásia”, adiantou Nuno Radamanto. Na fábrica da Benedita trabalham 162 pessoas. Aliás, na Benedita situam-se as outras fábricas de cutelaria existentes em Portugal, uma das quais controlada por um dos irmãos do fundador da Icel, que optou por se separar e montar o seu próprio negócio. Na cutelaria de mesa, distinta, o reduto português é Guimarães.

Além de vender para o segmento doméstico, hotéis, restaurantes, matadores e toda a indústria de processamento de alimentos, a Icel produz para outras marcas, entre as quais o seu concorrente Victorinox, que em Portugal nunca entrou em força, porque os distribuidores se mantêm fiéis à indústria local. Para os concorrentes suíços saem facas com cabo de madeira pau santo, facas de pão com lâmina curva, que em Portugal não são comuns, facas de ostra de estilo americano e ainda alguns modelos de facas de chef e facas de shoarma. “Todos os anos cresce o negócio com a Victorinox”, adianta o gestor.

O catálogo da Icel conta com 1200 referências, prontas a produzir. A variedade é, segundo Nuno Radamanto, um ponto forte da Icel, aspeto que foi alavancado, recentemente, com o investimento de 700 mil euros numa máquina de corte a laser. Antes, o aço – 850 toneladas por ano – era cortado por pancada, com prensas, o que exigia um molde para cada modelo de lâmina. Agora, a produção de uma lâmina está à distância de uns cliques no computador, o que torna o processo mais flexível, facilitando a produção de facas à medida dos desejos dos clientes. Outro facto relevante assenta na poupança de matéria-prima, contabilizada, neste momento, em cerca de 10% .

E há uns meses a Icel iniciou experiências com um tipo de aço nunca antes utilizado em cutelarias, vindo da Finlândia, que irá permitir que a faca corte bem durante mais tempo, sem necessidade de afiar. “Quando são novas todas cortam bem. As pessoas procuram qualidade duradoura”, conclui o presidente da Icel.

Fonte:Dinheiro Vivo

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