“Vou suspender o mandato a partir do dia 1 de junho. Não faria sentido tomar mais decisões. O tempo urge e por isso desejo-lho e aos que me vão seguir um bom trabalho”, disse.

O social-democrata preside à autarquia das Caldas da Rainha há sete mandatos consecutivos, mas está impedido de concorrer ao concelho nas eleições autárquicas deste ano devido à Lei da Limitação de Mandatos, garantindo que deixa a autarquia com boa saúde financeira.

“Vou deixar o município com as dívidas todas liquidadas. Vou deixar milhões de euros em depósitos. Espero que o futuro elenco assuma essa responsabilidade de recuperar o hospital termal. Poderíamos estar doentes financeiramente, mas felizmente que não estamos. Temos dinheiro, independentemente de comparticipações comunitárias, para agarrar a questão do termalismo”, disse.

O autarca, que encabeça uma candidatura do PSD a Loures, esclareceu que a suspensão tem por base a vontade de se dedicar “a ações de campanha”, mas também o objetivo de “dar oportunidade” aos que o substituem “para começarem a ganhar ritmo”.

Fernando Costa, no seu último discurso do dia da cidade, deixou uma palavra ao vereador do PS, Delfim Azevedo, que não se recandidata.

“Nem sempre as reuniões foram muito pacíficas, mas é o seu trabalho e o meu, defender pontos de vista. Levo uma boa recordação de todos os vereadores, porque sempre foram homens dedicados e que tiveram sempre à frente os interesses do concelho e da população em vez dos interesses pessoais e de grupos”, manifestou.

Aos presidentes de junta também deixou um agradecimento, em especial “ao amigo Vasco Oliveira e ao antigo vereador e presidente de junta de Santo Onofre, Hermínio Maçãs”.

Num atrevimento político, Fernando Costa disse que no próximo elenco camarário irão estar Tinta Ferreira, Manuel Isaac, Rui Correia, “porque são os cabeças de lista”.

Lembrou que ao longo dos anos as diferenças partidárias “foram duras”, mas “estivemos sempre unidos à volta do hospital, do hospital termal, da lagoa e de outros problemas”. “Nesta hora de despedida peço-vos que continuem esse caminho”, declarou.

“Não tenho momentos amargos. As boas recordações são muito superiores às más. É bonito sair com a consciência tranquila. Muita coisa está feita, mas está muito mais por fazer. Não fiz tudo o quanto gostava de ter feito. Levo atravessado a questão do parque, da mata, do alargamento do museu de cerâmica, do futuro dos pavilhões do parque. Como eu gostaria que esses problemas estivessem ultrapassados. O maior sucesso para todos os que ficarem na câmara e façam coisas em consciência. Fui muitas vezes duro, malcriado, politicamente incorreto, muitas vezes com alguns que aqui estão na sala e por isso lhes peço desculpa. Nunca mais esquecerei as Caldas. Vou para Loures numa missão muito especial e com muita garra, mas esta é a minha terra. Foi aqui que comecei a trabalhar, foi aqui que nasceram os meus filhos, esta será sempre a nossa terra”, referiu.

Já antes Luís Ribeiro, presidente da mesa da assembleia municipal das Caldas da Rainha, tinha agradecido em nome da população das Caldas o trabalho desenvolvido por Fernando Costa.

“Em nome da população deste concelho muito obrigado”, disse, depois de ler um poema de António Marques, que também dedicou ao autarca.