Cavaco prometeu, mas eu nunca acreditei. Por isso é que não votei nele, nem agora nem em eleições anteriores. Porque nunca me inspirou confiança. Nem ele nem a sua roda de amigos, esse bando de honrados cidadãos fugidos à justiça. Os Oliveira e Costa, os Dias Loureiro, os Isaltino de Morais, os Duarte Lima e todos, todos os outros a quem ele retribui favores com confiança política.
Cavaco é um Presidente fujão. Que se esconde ou que se ausenta sempre que é necessária a sua intervenção. Que se volatiliza e emudece, nos momentos difíceis da vida do país, para não se comprometer nem ter de assumir as suas responsabilidades. Não é um Presidente, é uma múmia senil na linha do triste Américo Tomás. Uma figura de cera do museu da Madame Tussauds instalado em Belém. Que se refugia no silêncio dos salões do Palácio ou se escapa para o estrangeiro, a gozar as mordomias da presidência.
Há dezenas de anos que vive à nossa custa. Quer como político quer como professor universitário quer como funcionário do Banco de Portugal. As reformas que recebe pelo exercício virtual desses cargos, alguns com recurso ao dom da ubiquidade, permitem-lhe uma vidinha prazenteira e tranquila. É um maganão e uma fraude política.
Os seus discursos ora são vingativos e raivosos ora coniventes e evasivos, de acordo com as suas conveniências. Em qualquer dos casos baba-se e, ao fazê-lo, deixa transparecer as suas verdadeiras intenções. Destila veneno ou melaço, conforme fala de opositores ou correligionários. Essa incoerência faz dele o Presidente com menor índice de popularidade da história da democracia. E por isso e só por isso já devia ter tirado as devidas ilações.
Se não queria ser o Presidente de todos os portugueses, porque nos obrigou a suportá-lo durante dois mandatos consecutivos?
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