A história acontece numa terra onde todos se atribuem uns aos outros poderes de “bruxaria”, mas nunca se esclarece quem é “bruxa” ou “bruxo” na realidade, já que os mistérios por explicar se sucedem, sempre envoltos em nevoeiro e secretismo.
As personagens do filme, nas palavras do realizador, procuram escapar aos estigmas da rotina em que decorre a sua vida, criando um mundo absurdo de suspeições e acusações nunca verdadeiramente provadas.
Este fenómeno não é exclusivo dos pequenos meios provincianos, pois basta ligar a televisão à hora do telejornal e seguir com atenção o cartaz político onde as intrigas, as suspeitas, as culpas arremessadas à cara do adversário mais próximo e os temas tabu nos levam a uma farsa absurda e quase surrealista, apesar de muito real…
Talvez estejamos a viver um tempo de caça às bruxas em que o político A culpa o político B de alguma coisa que o C deixou por resolver porque o D, seu antecessor, também não resolveu e, por aí fora até ao início da nacionalidade, quando ainda não havia televisão para dar cobertura ou escarafunchar na vida de A, B, C ou D…
Se gosta de filmes do género e está de férias, não perca “O tempo e as bruxas”,vá ao cinema e abstraia-se um pouco da farsa absurda que o nosso país está a viver.
Se está de férias, a equipa que faz o Região da Nazaré e o Jornal das Caldas deseja-lhe umas boas férias e não se esqueça que sorrir é sempre o melhor remédio, não acha?
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