Os trabalhadores da Valbopan – unidade de Famalicão, levaram a cabo uma jornada de luta, tendo em conta a necessidade urgente da melhoria das suas condições de vida e de trabalho.
A greve aos turnos, que se compreenderam entre as seis da manhã de dia 29 e as seis da manhã de dia 30 de abril, paralisaram por completo a produção naquela fábrica de fibras de madeira.
“Devidamente representados pelo seu sindicato de classe e pela sua central sindical – a CGTP-IN – os trabalhadores, inabaláveis na sua determinação, não arredaram pé da porta da fábrica durante todo o período da greve”, descreve o PCP.
Os trabalhadores da Valbopan queixam-se dos salários baixos, descriminação salarial e de injustiças na progressão de carreiras.
“Alguns, mesmo trabalhando na fábrica há quase quarenta anos, mantém-se a ganhar pouco mais do que o salário mínimo”, diz o PCP, acrescentado que apesar disso “11 trabalhadores (chefias) foram aumentados à parte dos restantes, e de incumprimento por parte da administração relativamente aos acordos com a estrutura sindical que representa a maior parte dos trabalhadores daquela unidade”.
Também a progressão nas carreiras e a assunção de novas responsabilidades é motivo de queixas, uma vez que, segundo os trabalhadores, as tarefas não são acompanhadas aumentos salariais que estariam obrigados a receber.
A alegada falta de manutenção das máquinas e os acidentes de trabalho foram, também, motivos do protesto.
O sindicato diz que a maioria a maquinaria “é do início da década de setenta – o que aumenta exponencialmente os riscos de operação e ainda mais se justifica a necessidade de revisão/manutenção”.
A falta de formação interna, insuficiência ao nível das medidas de segurança individuais e colectivas, a renovação de fardamentos de trabalho, um refeitório, casas de banho com condições e o não recebimento de diuturnidades compõem o longo rol de queixas contra a administração da empresa.
“Há cerca de seis anos deixaram de receber diuturnidades, fator que contribui para desmotivar os trabalhadores quanto à vontade de se fidelizarem à empresa”, dizem os sindicatos.
João Delgado, vereador eleito pela CDU na Câmara Municipal da Nazaré, esteve no local para acompanhar a greve e apresentar a sua solidariedade para com os trabalhadores, tendo-se comprometido a dar visibilidade à luta e às suas necessidades “dentro daquilo que são as suas competências e responsabilidade na referida autarquia”.
O assunto da fábrica foi levado à última sessão da Assembleia Municipal, por Samuel Fialho, deputado municipal eleito pela CDU.
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