O autor foi, pela primeira vez, ao bacalhau com 17 anos, em 1960 e este livro é o relato autobiográfico de memórias marcantes desse tempo longínquo, que deixou marcas inesquecíveis nestes homens e nas suas famílias.
De todos os documentos que relatam a epopeia do bacalhau “nenhum se aproxima do que foi a pesca do bacalhau. Cada facto foi muito difícil para os que o enfrentaram” explicou Guilherme Piló, hoje com 80 anos e uma enorme ligação ao mar, com quem “fala todos os dias” e que considera “um Deus”.
No livro fica-se a conhecer o percurso destes homens, pela voz de um nazareno que participou em sete campanhas como pescador à linha nos pequenos barcos dóri, pelas águas tempestuosas dos Grandes Bancos da Terra Nova e da Gronelândia, e a dureza sentida na pele pelos que fizeram parte desta história marítima portuguesa.
Em “Um homem sem coração” o autor explica como se superavam as horas difíceis, a dureza da vida a bordo, os perigos e as privações. “Ali era preciso ultrapassar os limites.”
Editado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, o livro regista mais um importante facto para a história da Nazaré.
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