O projeto reduziu, até agora, o desperdício alimentar em mais de 2.300 toneladas, um valor comparável à quantidade anual de alimentos desperdiçados por 13.000 pessoas. Entre os 257 produtores que integram a cooperativa ‘Fruta Feia’, 5 são de Alcobaça
Os responsáveis pela cooperativa Fruta Feia explicam, na sua página oficial, que na Europa “cerca de metade da comida produzida no mundo cada ano vai para o lixo”.
Segundo a FAO, o atual desperdício alimentar nos países industrializados ascende a 1,3 mil milhões de toneladas por ano, suficientes para alimentar as cerca de 925 milhões de pessoas que todos os dias passam fome.
Este desperdício tem consequências, não apenas éticas, mas também ambientais, já que envolve o gasto desnecessário dos recursos usados na sua produção (como terrenos, energia e água) e a emissão de dióxido de carbono e metano resultante da decomposição dos alimentos que não são consumidos.
Só em Portugal são desperdiçadas um milhão de toneladas de alimentos por ano – 17% do que é produzido pelo país – de acordo com as conclusões do PERDA apresentadas em dezembro de 2012.
Os motivos para este desperdício são vários e ocorrem ao longo de toda a cadeia agroalimentar: Modelos de produção intensivos, condições inadequadas de armazenamento e transporte, adoção de prazos de validade demasiado apertados e promoções que encorajam os consumidores a comprar em excesso, são algumas das causas que contribuem para o enorme desperdício existente.
Outro problema é a preferência dos canais habituais de distribuição por frutas e legumes “perfeitos” em termos de formato, cor e calibre que acaba por restringir o consumo aos alimentos que respeitam determinadas normas estéticas. Esta exigência resulta num desperdício de cerca de 30% do que é produzido pelos agricultores na Europa. Ainda que uma possível opção para este tipo de produtos seja a Indústria (sumos, compotas, molhos), esta não representa uma solução economicamente viável para o agricultor uma vez que o preço pago pelos produtos é tão baixo que às vezes nem cobre o custo de produção.
A cooperativa Fruta Feia surge da necessidade de inverter a tendência de normalização de frutas e legumes que nada têm a ver com questões de segurança e de qualidade alimentar.
Este projeto visa combater uma ineficiência de mercado, criando um mercado alternativo para a fruta e hortaliças “feias” que consiga alterar padrões de consumo. Um mercado que gere valor para os agricultores e consumidores e combata tanto o desperdício alimentar como o gasto desnecessário dos recursos utilizados na sua produção.
Os prémios LIFE de 2020 foram entregues no decorrer da ‘Semana Verde da União Europeia’, que decorreu exclusivamente ‘online’, devido à pandemia de Covid-19.
O programa para o ambiente e ação climática distinguiu três categorias: Ambiente, para Portugal; Natureza, que premiou um projeto da Eslovénia, e Ação Climática, para um projeto da Hungria.
Na Eslovénia foi premiada a equipa que geriu e monitorizou as populações de urso pardo nos Alpes, que permitiu uma redução de 43% dos ataques a ovinos e de um quarto do número de ursos afetados pelo tráfico.
E o prémio LIFE para a Ação Climática distinguiu uma equipa que formou professores, assistentes sociais, agricultores e peritos em prevenção de incêndios florestais sobre as formas de reforçar a prevenção de incêndios florestais. O número de incêndios florestais diminuiu um terço e a área ardida quase 90%.
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