Na última sexta-feira terminaram os obrigatórios catorze dias de quarentena e, segundo informou a autarquia, três profissionais de saúde (um médico e dois enfermeiros) foram confirmados como casos positivos por infeção do coronavírus. Os restantes 31 (dezassete enfermeiros, dez auxiliares, dois médicos e dois técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica de radiologia – raio x) deram resultado negativo.
A administração do hospital admitiu dificuldades em contratar uma nova equipa para substituir a que ficou de quarentena, pelo que aguardou o fim deste período para os profissionais não infetados voltarem ao serviço. Uma vez que o número de profissionais do serviço que não se encontrava de quarentena não era suficiente para manter a urgência a funcionar, a administração teve de encerrá-la.
Aos doentes que neste período se dirigiram à urgência ficou garantido o primeiro apoio no centro de saúde ao lado do hospital, das oito da manhã às oito da noite, todos os dias, e fora desse horário os utentes deviam dirigir-se à urgência médico-cirúrgica de Caldas da Rainha. Caso precisassem de transporte, os utentes deviam contactar o segurança da unidade de Peniche e dar conta dessa necessidade. Em alternativa deviam ligar para o 112 para garantirem o socorro.
“Penso que funcionou bem a informação, porque normalmente as pessoas ficam muito preocupadas quando perdem aquilo que é mais sagrado no nosso concelho ao nível da saúde, que era a possibilidade de ir à urgência, e acabou por correr bem. Pouca gente precisou de ser atendida e foi deslocalizada para Caldas da Rainha”, relatou o presidente da Câmara de Peniche.
Henrique Bertino destacou que a situação na urgência pôs a nu a “evidente falta de condições para funcionar e deverá ser uma oportunidade para fazer as tais obras que estamos à espera há alguns anos”
“Coloca também em evidência a necessidade de que precisamos na região de um novo hospital, que tenha depois outros hospitais de apoio, como o de Peniche”, manifestou o autarca.
Embora a urgência tenha sido reaberta, a Câmara alerta para o facto de não reunir condições para atendimento de doentes com suspeita de Covid-19. “Não é possível definir circuitos autónomos para casos suspeitos, pela limitação das instalações físicas, não existindo áreas específicas para receber os casos suspeitos, separadas das habituais áreas para receber os restantes doentes com outras patologias. Por este motivo, o serviço de urgência básica do Hospital de Peniche não poderá receber doentes com queixas respiratórias (tosse, febre e falta de ar)”, indicou a autarquia.
A administração do Centro Hospitalar do Oeste, do qual faz parte a unidade de Peniche, fez notar que “todas as pessoas que desenvolvam um quadro respiratório agudo de tosse (persistente ou agravamento de tosse habitual), ou febre (temperatura igual ou superior 38 graus), ou dificuldade respiratória, não devem dirigir-se à urgência de Peniche, mas devem ligar em primeiro lugar para a Linha SNS 24 (808 24 24 24)”.
“A Linha SNS24 fará o encaminhamento adequado a cada situação clínica, que poderá implicar o isolamento no domicílio e sob vigilância, a avaliação médica em Áreas Dedicadas Covid-19 nos Cuidados de Saúde Primários (ADC-Comunidade) ou a avaliação médica em Áreas Dedicadas Covid-19 nos Serviços de Urgência dos hospitais (ADC-SU), neste caso em Caldas da Rainha”, esclareceu.
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