“Também tem de se olhar para o lado social”, disse o autarca relativamente à posição do Ministério do Mar, que recebeu, na passada semana, dezenas de pescadores de todo o país, que se deslocaram a Lisboa por causa dos novos limites de pesca e a falta de apoios.
O autarca defende que “é necessário olhar para os cruzeiros científicos, que apontam para o crescimento de 900% dos valores da sardinha (2018-2019) e perceber que não é razoável propor a redução ainda maior da quota da sardinha”, o que levanta preocupações “colocará o setor na possível miséria”.
Walter Chicharro reforçou a preocupação da Autarquia sobre o período de defeso da sardinha, que afeta os pescadores do cerco da Nazaré.
“Não podemos ter uma empresa parada entre 6 a 7 meses ao ano. Não há nenhuma que seja viável assim”.
Walter Chicharro fala em necessidade “equilíbrio” entre o lado científico e as empresas do setor, defendendo que “a sustentabilidade a pesca e dos recursos é fundamental”, tal como “uma resposta integrada a todos os níveis”.
Os pescadores contestam as quotas de pesca de biqueirão e sardinha, que classificam de insuficientes, e contestam os dados da Comunidade Científica, acerca do stock de biqueirão, que voltam a estar na origem da limitação dos totais admissíveis de captura (TAC).
Joaquim Zarro, responsável pela Associação de Armadores de Pesca da Nazaré, ficou “contente” com o encontro mantido com a tutela “por terem ouvido as nossas preocupações”, aguardando, agora, desenvolvimentos: “agora vamos ver, daqui para a frente, se vamos no bom caminho”.
“Aquilo que nós queremos é trabalhar mais. Nós não queremos subsídios”, disse.
O Ministro, que recebeu vários mestres de embarcações e pescadores de todo o país, explicou que “há protocolos científicos para avaliar isso e eles (os mestres) são convidados a participarem nos cruzeiros científicos e observações e discutirem os dados connosco. Há aqui diferenças de opinião, mas continuamos a ter de basear as nossas decisões no melhor conhecimento científico”.
No final, o Ministro falou em “manifestação e diálogo espontâneo” e explicou que a criação de “novas oportunidades de pesca” não pode colocar em causa a sustentabilidade dos recursos piscícolas.
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