Segundo a Infraestruturas de Portugal, estão a ser desenvolvidos os procedimentos previstos no âmbito do Código de Contratação Pública, tendo em vista a adjudicação da empreitada de estabilização da plataforma rodoviária no IP6.
Esta intervenção, que visa a reparação de fendas, tem o custo estimado de três milhões de euros e um prazo de execução de 210 dias, o que significa que, se não haver derrapagens na obra, deverá ficar concluída no último trimestre de 2019.
Estas datas não deixam, contudo, sossegados autarcas e utilizadores, desconfiados de anteriores anúncios e indignados com o arrastamento prolongado da supressão da via, e receiam até que o lado para onde o trânsito foi desviado não consiga suportar a pressão da quantidade de viaturas que por ali passarem até as intervenções estarem concluídas, até porque já se notam os buracos também nessa parte da faixa de rodagem.
As anomalias no troço do IP6 localizado na proximidade do viaduto de Olho Marinho, ao quilómetro 14, foram sendo alvo de remendos pontuais desde há mais de seis anos, mas as fissuras que foram seladas voltaram a abrir e o piso abateu, originando fendas com mais de meio metro de profundidade e vinte centímetros de largura.
Em janeiro do ano passado, a via mais à direita da faixa de rodagem ficou vedada ao trânsito, até que em julho, na sequência do capotamento de um carro junto à zona sinalizada, a circulação foi totalmente interdita para ser feito um estudo geotécnico para travar os assentamentos, que segundo a Infraestruturas de Portugal, “devem-se a diferentes caraterísticas do subsolo relativamente ao restante vale”, sendo a circulação desviada para a via contrária, que está agora dividida em dois sentidos e com velocidade condicionada ao longo de cerca de um quilómetro (entre os quilómetros 13,670 e 14,430), o que causa transtornos no trânsito.
“A primeira questão a saber é se a estrada tem ou não condições de segurança para manter a circulação enquanto as obras decorrem”, alertou Jorge Amador, presidente da junta de freguesia da Serra d’El Rei, em Peniche, uma das localidades prejudicadas com a situação.
Retirar o trânsito pesado do troço afetado do IP6 ou, no extremo, desviar todas as viaturas para outra estrada, podem ser alternativas que se justifiquem, indicou o autarca.
O assunto chegou mesmo à Assembleia da República, onde os deputados do PS eleitos pelo círculo de Leiria, Margarida Marques, António Sales e José Miguel Medeiros, manifestaram a sua preocupação sobre a urgência das obras, sustentando que o IP6 “constitui um importante acesso à cidade piscatória e turística de Peniche”.
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