Um homem bom da sociedade, gentil no trato e acutilante na intervenção. Curioso, interventivo, voluntarioso, ágil no pensamento e na crítica da sua poesia e escrita, como bom escritor e poeta.
O seu olhar atento sobre o mundo que nos rodeia e o espirito observador e crítico da sua escrita, sempre pertinente, eram a prova do seu caráter ativo e sedento por informação. “Diga-me lá…” e “Explique-me lá isso melhor” e “Estou a ver…” eram algumas das suas expressões.
Perguntava permanentemente ‘como’ e ‘porquê’ (invulgar numa pessoa com larga experiência de vida e numa sociedade onde parece sempre que todos sabem tudo). Observava, questionava-se refletia e opinava, intervindo na sociedade, através dos seus textos e da sua poesia.
Uma poesia escrita com emoção, profundidade de pensamento e saber…pois, conhecia as regras da escrita de poesia e sabia como escolher as palavras para manifestar o seu pensamento e a sua reflexão sobre o mundo que nos rodeia e o rodeava.
Escolheu a Nazaré para viver e este Jornal para se expressar nestes últimos anos. Como ele nos dizia, ‘só preciso de um pequeno computador…’ Verdade, em todas as edições, lá estava.
Com perto de 80 anos de idade e experiência acumulada de vida e de vivência social e política, era um pensador e um poeta, sem que uma qualquer formação o limitasse ou fosse requisito para escrever bem e se expressar melhor, poeticamente.
Na verdade, devemos ter consciência que só temos o Tempo que por cá passamos. Só isso.
Não há riqueza material que altere a nossa verdadeira riqueza: o Tempo de Vida. A Vida é assim.
Sem aviso, a Morte chegou e levou com ela um amigo, um sonhador, um homem que amava esta terra e procurava melhora-la pela escrita e intervenção.
Não se resignou e não se inibiu de mostrar o que pensava e ‘espalhar’ pela rua a sua opinião e as convicções sobre esta terra e a vida, expressas nas suas palavras aos ouvidos dos seus amigos e, especialmente, nos poemas e textos que deixou gravados e publicados no jornal da Nazaré.
Foi um Homem que viveu querendo acompanhar sempre o seu tempo, que terminou, mas fica a sua Memória e os seus textos e poemas, neste jornal.
Republicamos o seu último poema. Faremos reviver a sua Memória com outros poemas que nos deixou, pois sabemos que seria esse o seu desejo: continuar a intervir e agir sobre a sociedade.
Obrigado Falaxo!
A todos os familiares e amigos do Sr. Falaxo, um abraço sentido.
António Salvador e Clara Bernardino (Administração/ Direção) e
Equipa do Jornal Região da Nazaré
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