“Desde que abriu ao público, em agosto [de 2016] o mosteiro tem despertado grande interesse, tendo já atingido as 1.600 visitas”, afirmou a vereadora da Cultura na Câmara de Alcobaça, Inês Silva.
O monumento, inscrito desde abril de 2016 na Carta Europeia das Abadias e Sítios Cistercienses, organismo que promove o legado europeu da Ordem de Cister e que integra 200 monumentos de 11 países, está aberto para visitas no âmbito de um projeto de “revalorização e revitalização quer do mosteiro quer do espaço adjacente”, explicou a vereadora aludindo a exposições e outras atividades que decorrem no antigo celeiro.
“Temos tentado captar outros públicos, para além das pessoas interessadas na história de Cister e nesse sentido facultamos sempre visitas guiadas, gratuitas, quer para grupos, escolas ou visitantes isolados”, afirmou a mesma responsável.
O relançamento do monumento está a ser feito em parceria com entidades como a Junta de Freguesia de Coz, Alpedriz e Montes, e o Centro Social e de Bem estar, “apostando também na divulgação dos saberes tradicionais e do artesanato local, como as cestas de vime”, acrescentou Inês Silva.
O objetivo é, segundo a vereadora, “aumentar a visibilidade daquele património” que tem em curso um processo de classificação como monumento nacional.
O mosteiro remonta a 1279 e a sua origem é atribuída ao abade alcobacense D. Fernando, que o destinou a acolher viúvas que pretendiam levar uma vida religiosa.
Entre 1519 e 1527 o conjunto foi alvo de obras de ampliação, o que veio a repetir-se por várias vezes até 1716, ano em que foi concluído o processo decorativo, que dotou a igreja e seus anexos de altares de talha dourada, revestimentos de azulejos e pinturas.
Na igreja abacial merece destaque o coro das monjas, com um portal manuelino de fundo e o cadeiral executado entre o final do século XVII e o início do XVIII. A este, sobrepõe-se o revestimento integral das paredes com produções de azulejos, como também se verifica nos painéis de azulejo da sacristia com cenas da vida de Bernardo de Claraval, o maior impulsionador da Ordem de Cister e uma das personalidades eclesiásticas mais influentes do século XII.
Ainda na igreja, dividida a meio por uma grade de clausura em talha dourada que separa o coro da igreja dos fiéis, destaca-se a abóbada com os seus 80 caixotões de madeira, datados de 1718-1720, que representam temas iconográficos típicos da espiritualidade cisterciense. Na igreja dos fiéis, ganha relevo o conjunto de altares em talha dourada, dos fins do século XVII, a balaustrada e o retábulo do altar-mor, em talha dourada.
No exterior destacam-se as estátuas de São Bento e de São Bernardo.
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