Duas mulheres e um homem, na casa dos 70 anos, turistas em duas excursões distintas, foram arrastados para o mar, na tarde de quinta-feira, 17 de outubro, por uma onda, quando passeavam à beira-mar.
A mulher, de Abrantes, foi transportada para o Hospital de Leiria, por ter ficado em estado grave. Os outros dois, de nacionalidade russa, recuperaram e recusaram ir para o Hospital.
O surfista Eric Rebiere estava a sair do restaurante a “Celeste”, quando viu umas pessoas dentro de água, a pedir ajuda.
“Entrei de imediato para dentro de água e avancei para a primeira. Um senhor de idade que quase perdia a consciência. Em seguida uma jovem rapariga e carreguei ambos para a margem. Quando já estava a deixar estas duas pessoas em terra voltei-me para trás e apercebi-me que a terceira pessoa já estava a boiar com a cabeça voltada para baixo.
Como já vinham algumas pessoas em terra prontas para ajudar com as duas primeiras vítimas deixei-as e comecei a nadar com todas as minhas forças para a terceira vítima. Pelo caminho pensava para mim mesmo, que já seria tarde e que caso as pessoas fiquem dentro de água mais que 5 min, mesmo que sobrevivam podem ficar com lesões sérias no cérebro. Mal alcanço o corpo da senhora, viro-a para cima e comecei a nadar para terra. Estou a chegar e terra e levo com um “set” em cima e perdi-a dos meus braços. Felizmente já estávamos muito perto de terra e várias pessoas que se encontravam no local agarraram-na. Já na praia maior parte das pessoas não sabia o que fazer, eu sabia que a tínhamos de colocar deitada de lado e fazer os procedimentos de primeiros socorros. Entretanto o Garret (McNamara) chegou e com a sua experiência a senhora voltou a respirar”, explicou Eric Rebiere, à publicação SurfTotal.
O surfista alertou ainda para a especificidade do mar da Nazaré. “Aqui a praia é como um autêntico “half pipe” e sendo assim a onda quebra com toda a sua força na praia. E o que acontece é que as pessoas que vão a passear junta à margem têm de ter em atenção que podem ser atingidas com a rebentação. Como maior parte delas não está habituada à força do oceano entra em pânico e afoga-se”.
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