Eu percador me confesso

A Aldeia dos Macacos

Armando Lopes

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É com um misto de preocupação e surpresa que assistimos, nos últimos tempos, ao desencadear desta explosão de revolta e indignação. E preocupa-nos e surpreende-nos esta síndrome de agitação social, precisamente pelo facto de nela terem sido envolvidos povos e países pacíficos. Exclusivamente por decisões e critérios políticos errados dos respectivos Governos, que pensaram ter legitimidade para vilipendiar o futuro daqueles que os elegeram.

Afinal, governar é um acto de consciência cívica e responsabilidade política que não deve prejudicar nem afrontar os que são governados. Pelo que, todas as decisões tomadas, devem ter como objectivo fundamental proporcionar a evolução do país, dando à sua população melhores condições de vida e um futuro mais próspero e feliz. Por isso, condenar os povos a uma vida difícil, degradada e sem esperança, é uma atitude despótica, antipatriótica e criminosa que merece as maiores críticas.

O nosso país é um dos que atravessa uma das maiores crises de que há memória. Com a agravante de se ter chegado a ela, em nome de uma obsessão doentia. E, no entanto, o Governo continua a alimentar esta miragem utópica de uma realidade que, sistematicamente, o contradiz. Com um discurso enganador quanto aos actos e quanto aos resultados. E em que aquilo que se diz não é aquilo que se faz. Numa demonstração de insensibilidade galopante, associada a um moralismo decadente e a uma incompetência gritante.

Chegados a este ponto, não é mais possível continuar a governar com esta ligeireza e leviandade, como não querendo ouvir nem ver o que vai acontecendo por toda a parte. Porque a hipocrisia e a mentira não podem ser a base do relacionamento entre governantes e governados. E, por esse motivo, o Governo e também o Presidente da República não podem continuar a assobiar para o ar, enquanto se agravam as condições de vida e se acentuam os desequilíbrios sociais.

Esta política governamental do deslumbramento narcisista e arrogante que, frequentemente, se sobrepõe à humildade própria do merecimento e da grandeza de carácter, é apanágio dos medíocres. E tem arrastado o país para os últimos lugares da Europa, nos mais diversos sectores, com uma economia que definha e uma retoma ilusória, sistematicamente confirmadas por entidades nacionais e internacionais.

O corte de salários e o aumento de impostos com que têm sido fustigadas as famílias mais numerosas e de recursos mais reduzidos; o agravamento do desemprego e a proliferação, dramática e avassaladora, da fome e da miséria; a destruição da classe média, motor do desenvolvimento de qualquer país; são o reflexo de uma “eficácia” governativa delirante e irresponsável. Eficácia que só se manifesta: na destruição do aparelho produtivo e do sistema de segurança social, na venda ao desbarato do património e na arrecadação virtual de receitas extraordinárias.

No entanto, o Governo está vaidoso do seu trabalho porque, apesar de ter destruído as pessoas e o país, regressou aos mercados. Coisa feia, a vaidade!

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