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Nomeação de Carlos Sá como administrador do Centro Hospitalar do Oeste gera contestação

Carlos Barroso

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O Ministério da Saúde nomeou Carlos Sá para a administração do recém-criado Centro Hospitalar do Oeste (CHO), que resulta da fusão dos centros hospitalares de Torres Vedras (que integrava o hospital distrital e o sanatório José Maria Antunes) e do Oeste Norte (formado pelos hospitais distrital e termal das Caldas da Rainha, e as unidades de Peniche e Alcobaça).

A administração vai ser ainda composta por Miguel Carpinteiro, Pedro Reis, Isabel Carvalho (diretora clínica, cargo que tem vindo a exercer no Centro Hospitalar de Torres Vedras) e Cecília Elias (enfermeira-diretora).

Carlos Sá é licenciado em gestão de empresas pela Universidade Técnica de Lisboa, tendo bacharelato em Análises Clínicas e Saúde Pública. O novo presidente do conselho de administração foi também coordenador de programas de Saúde da Faculdade de Economia e da Universidade Nova de Lisboa, tem 20 anos de experiência no setor da saúde, 15 dos quais em funções de gestão e direção na indústria farmacêutica e seis nos hospitais civis de Lisboa e Instituto Português do Sangue.

Contudo, a sua nomeação está a gerar uma onda de desagrado junto da comunidade hospitalar e política, levando o Bloco de Esquerda a incentivar a população para uma mobilização.

Nos hospitais, e principalmente nas Caldas e Peniche, o sentimento é de perplexidade perante a nomeação do administrador, que não é bem visto junto dos médicos, enfermeiros e pessoal administrativo.

As comissões de utentes preferem aguardar pela publicação em Diário da República, pois acreditam que possa haver “um milagre”.

O presidente da câmara de Peniche, que depois de considerar Carlos Sá “persona non grata em Peniche” e de lhe chamar “mentiroso compulsivo”, agora recusa-se reunir com esta administração sem antes falar com o ministro da saúde, prometendo luta com a população.

“Tomámos conhecimento da nomeação e ficámos admirados. A tutela sabia da nossa não concordância com as práticas do presidente do conselho de administração, Carlos Sá. Nós já dissemos qual é a nossa opinião sobre este senhor administrador e mantemos a mesma posição”, disse.

Os vereadores do PS das Caldas, Delfim Azevedo e Rui Correia, consideraram que a nomeação de Carlos Sá é “um insulto aos caldenses”, expressando “o mais vivo repúdio pelo facto de o novo conselho de administração não integrar quaisquer pessoas que estejam ligadas, de uma forma ou de outra, à comunidade caldense”.

Delfim Azevedo e Rui Correia acusaram “a presença de indivíduos que revelam completa insensibilidade na gestão do património civil e hospitalar das Caldas da Rainha, pessoas que, num afã discricionário e subserviente, desprezam a preservação desta identidade hospitalar e hospitaleira, em favor de resultados contabilísticos conjunturais, reconhecidamente insustentáveis que terão efeitos devastadores na comunidade, forasteiros que, numa despudorada negligência pelas termas caldenses e pelas únicas joias botânicas da cidade, as deixam quase devolutas, chegando ao descaramento de incriminar publicamente os próprios cidadãos caldenses pelo insucesso do projeto termal”.

Do Bloco de Esquerda, o deputado municipal nas Caldas da Rainha Lino Romão disse que esta nomeação “vem confirmar as mais profundas preocupações das populações do Oeste em geral, e dos utentes e profissionais de saúde em particular. Como temíamos, foi escolhido um elenco de gestores com o perfil de comissão liquidatária do SNS. Veja-se a escolha para presidente deste conselho de administração, com provas dadas no desmantelamento de valências do hospital de agudos de Caldas da Rainha, bem como dos hospitais de Peniche e Alcobaça”.

Segundo o deputado, o Ministério da Saúde vem com esta nomeação “premiar a fidelidade, mas também a incompetência. Carlos Sá deixa atrás de si um período de gestão do CHON em conivência com um exercício de desorçamentação, que põe em causa a qualidade dos serviços de saúde à população, e as condições de funcionamento que permitem aos profissionais de saúde praticarem os atos médicos com toda a segurança. Da não orçamentação de verbas para análises obrigatórias da água do Hospital Termal, no princípio do ano, à recente falta de manutenção do ar condicionado do bloco operatório, que potencia as infeções hospitalares, assistimos ao desfiar de um rol de decisões e acontecimentos em total desrespeito com um compromisso sério com os valores e parâmetros do SNS. O senhor administrador fez tudo para agradar aos seus superiores, com decisões incompatíveis com os interesses dos utentes”.

Convidado a comentar a sua nomeação, Carlos Sá fez uma curta declaração onde informa que “só após a publicação em Diário da República do novo conselho de administração fará sentido responder às questões colocadas”.

Contudo, adiantou que “as expectativas das populações e seus representantes são legítimos, mas é ainda cedo para concretizar detalhes que a reorganização do CHO irá acarretar. De acordo com o despacho de criação do CHO, o conselho de administração terá um prazo de 120 dias para apresentar o plano de atividades. Entendo que para tal será importante ouvir profissionais, poder autárquico e outras forças vivas e instituições da região Oeste, tendo sempre como pano de fundo as orientações da tutela”.

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