A subjugação do país aos interesses coloniais britânicos, os gastos da família real, a instabilidade política e social, o sistema de alternância de dois partidos no poder (os progressistas e os regeneradores), tudo contribuiu para que a República substituísse a Monarquia.»
Se reconhece este enredo transportado para os nossos dias, com facebook, portáteis, tablets e telemóveis à mistura, então concordará que, de facto, a História se repete. Para quê festejar o 5 de outubro, se afinal, a situação atual não é assim tão diferente da do dia 4 de outubro de 1910? Já não temos reis. É um facto, pelo menos coroados…
Mas, olhemos bem à nossa volta: do presidente da República, ao primeiro-ministro, quem se dá ao trabalho de nos explicar, a nós, plebe, o que se passa no nosso país?
Não continuamos a ter dois partidos que, alternadamente, dividem o poder?
Não assistimos já aos jogos de interesses dos pequenos reis das nossas autarquias que querem escolher os sucessores, pensando que vão continuar a mandar eternamente?
Eles andam por aí e utilizam em vão a palavra democracia. Julgam que, por força da má utilização, ela vai ganhar o sentido que eles lhe quiserem dar.
Todos os impérios do passado se desfizeram. Os reis perderam a coroa. E aqueles que julgam que mandam também hão de perder a arrogância com que ditam as regras com que temos de viver.
Dizem que este é o último 5 de outubro que podemos festejar. Talvez muitos já nem saibam por que motivo se comemora. Quem sabe, a seguir, nos tirem também o 25 de abril.
Mas, há algo que ninguém pode controlar: a inevitabilidade do fim dos impérios. É a própria História da humanidade que o prova…
Todos os ditadores, que o mundo conheceu, tiveram um fim que condizia com o mal que fizeram. Os reizinhos que se passeiam por aí, sem coroa, porque já não se usa, só têm de esperar por um próximo dia 5 de outubro, ou mesmo por outra data qualquer, que acabe por ter o mesmo significado… Afinal, todos caem, e, não houve um que caiu da cadeira?
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