Ainda faltam dois anos para as eleições autárquicas, mas no PSD as coisas parecem estar já em ebulição para a sucessão de Fernando Costa, com este a tentar colocar quem ele pretende. Fernando Costa disse aos jornalistas teve “conhecimento que houve promessas de empregos, para votarem na lista A. Eu tive estas queixas de pessoas e apresentei-as ao Dr. Hugo Oliveira, mesmo antes do acto eleitoral. Vou mandar averiguar. Se foram feitas promessas de subsídios da Câmara para alguns desportistas e se foram feitas promessas de empregos para votarem numa lista, acho que é muito mau. Disseram que uma dessas promessas foi o Espírito Santo que fez. Disse também ao Dr. Hugo Oliveira que isto é um mau princípio, porque assumiu publicamente o apoio à lista do Espírito Santo”. Confrontado se teria telefonado para militantes da JSD ou para pais dos jovens ou até mesmo para presidentes de Junta para votarem na lista M de Carla Oliveira e candidata derrotada, Fernando Costa respondeu claramente: “É perfeitamente legitimo que qualquer militante do partido tenha opinião sobre uma lista ou outra. É ilegítimo que se façam ofertas ao nível da Câmara para favorecer uns. Se tiverem conhecimento que eu tenha telefonado a algum militante da JSD para vir votar nesta lista ou de algum caso em que tenha feito ofertas de favores municipais, façam o favor de denunciá-los. Se souberem de alguém que por votar nesta lista ou noutra tinha emprego ou subsídio, denunciem por favor. Eu hoje tive conhecimento que isso aconteceu com a lista A”, disse. “Há muitos militantes que são empregados na Câmara e porventura haveria mais se eu não me opusesse. Talvez algumas divergências da JSD com a Câmara e com o presidente da Câmara tenham a ver com o facto do presidente da Câmara ter recusado empregos a pessoas da JSD, a começar com o antigo presidente da JSD. Fui pressionado para dar emprego ao senhor Paulo Ribeiro, que fez um estágio na Câmara e eu entendi que não lhe dava emprego, porque a Câmara não é local para empregos da JSD. A partir daí as relações complicaram-se. Não é por acaso que na última eleição para a comissão política do partido houve um conjunto de votos em branco que partiram da JSD e esses assuntos começaram quando o Dr. Paulo Ribeiro não teve emprego na Câmara”, declarou. A lista de Paulo Espírito Santo venceu claramente a outra candidatura por 117 votos a 64 para a comissão política e 115 contra 65 votos para a mesa. “Há uma afinidade com o Dr. Hugo Oliveira mas é pessoal e politicamente nada está decidido. Agora não vamos confundir esta eleição com a sucessão na Câmara. Chegaram-me a dizer que o grande apoio deles era o senhor presidente da Câmara. Se é verdade ou não, não sei. Ele disse-me a mim que não era, mas depois vem dizer na comunicação social que realmente apoiava. Eu não pedi o apoio do partido, mas dos militantes da JSD. A resposta foi esta”, disse. Depois deste episódio a guerra de sucessão vai continuar, faltando ainda dois anos de novela que se prevê longa, com os restantes partidos sentados na poltrona a acompanharem esta situação que lhes pode ser favorável, uma vez que sem Fernando Costa e apesar do concelho das Caldas ser maioria laranja, pode haver uma perda de maioria ou uma reviravolta histórica.
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