Movimento de Cidadania Património e Desenvolvimento da Nazaré Tânia Rocha O “Movimento de Cidadania Património e Desenvolvimento da Nazaré”, representado pelo Engenheiro Rui Remígio, promoveu uma sessão pública sobre a reclassificação do Monte de São Bartolomeu ou de São Brás, na passada sexta-feira, no Salão do Mar-Alto, na Nazaré. A reclassificação do S. Brás como Monumento Natural de Âmbito Nacional está, actualmente, em período de consulta pública. Da sessão resultou a conclusão de que o Monte de S. Brás é de extrema importância a todos os níveis, nomeadamente, ao nível patrimonial, geológico, natural, religioso, cultural e ambiental, e foi denominado por um dos oradores como “A ilha da Nazaré”, não só por estar rodeado de pinheiros bravos, como também pela rica flora e fauna.
Neste encontro, participaram como oradores o professor Jorge Dinis e a professora Fátima Sales, da Universidade de Coimbra, o professor Valdemar Rodrigues, da Universidade Lusófona, e o Dr. Júlio Almeida, da Confraria de Nossa Senhora da Nazaré. A abertura da sessão ficou a cargo do Eng. Rui Remígio. O professor Jorge Dinis falou da vertente geológica e patrimonial do Monte de S. Bartolomeu e a área envolvente. O professor disse que o Monte de S. Bartolomeu “está inserido numa estrutura relativamente importante”, referindo-se à “grande falha da crosta terrestre”, sendo este um “testemunho da fragmentação da Pangeia”. De acordo com a intervenção deste professor, o Monte de S. Brás tem cerca de 147 milhões de anos, segundo divulgou, recentemente, uma revista científica internacional. Já a professora Fátima Sales falou da riqueza botânica do Monte, considerando-o como uma “ilha florística” e a “ilha da Nazaré”, onde se encontram mais de 250 espécies diferentes de flora. Ainda sugeriu a criação de um percurso pedestre, que permitisse a visualização de toda a vegetação, enquadrado nas atracções turísticas da vila, à semelhança com o que acontece, por exemplo, na Serra da Estrela. Por sua vez, o professor Valdemar Rodrigues falou do ambiente e desenvolvimento sustentável e deixou, também, algumas sugestões ao nível das intervenções necessárias a fazer no Monte e área envolvente. Entre elas estão, por exemplo, a avaliação do estado das águas subterrâneas, a diminuição da poluição sonora e atmosférica, a resolução do problema sepultado junto ao monte (lixeira), a criação de instalações sanitárias e um parque adequado para o estacionamento de viaturas, entre outras. Por último, Júlio Almeida falou da vertente religiosa do Monte de S. Brás e da sua importância na entidade cultural dos nazarenos. Esta sessão pública teve como objectivo despertar toda a comunidade para a gestão e reclassificação do Monte de S. Brás / S. Bartolomeu.
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