Tânia Rocha Tem 40 anos, é capitão-tenente e está prestes a tornar-se capitão-de-fragata. Este degrau na sua carreira militar vai ser elevado pela sua passagem pela NATO. O nazareno João Paulo Codinha vai ser adjunto do representante militar português (MILREP, Military Representative, sigla em Inglês) junto da NATO, em Bruxelas, durante os próximos três anos, organismo que faz a ponte entre a NATO e a União Europeia. Parte para este novo desafio no final do mês, e com ele leva toda a sua família. O capitão classifica este novo desafio como “uma oportunidade de carreira que ninguém perde”, além de ser também “uma oportunidade conjunta”. É uma experiência que vai ter um grande peso na sua carreira profissional, mas também é uma janela de oportunidades para os seus dois filhos. “Penso que os meus filhos vão ter uma excelente abertura de horizontes, vão conhecer novas culturas e estar em contacto com outras nacionalidades”, disse o capitão. Uma vez em Bruxelas, os dois filhos de João Paulo vão frequentar o Pólo Português da Escola Europeia.

João Paulo Codinha confessou que esta mudança de vida suscitou reacções muito diferentes por parte da sua família. O seu filho de 11 anos aceitou com grande agrado e entusiasmo esta mudança, já a filha, um ano mais velha, demonstrou alguma reticência. Para a sua esposa, diz que esta nova etapa “é uma mudança radical”. Esteve sempre dividido entre a Nazaré, o Mar e Lisboa, mais recentemente. Actualmente, este nazareno exerce o cargo de assessor do secretário de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, na capital do país. Diz que esta mudança, para além de ser um desafio profissional, é também um desafio pessoal, pois vai passar mais tempo perto da sua família, um contacto diário que até então era impossível. O quase capitão-de-fragata estudou até ao 11º ano na Nazaré, completou o 12º em Alcobaça e, posteriormente, ingressou na Escola Naval, na Classe Marinha. Passou pelo navio N.R.P. “Auriga”, lancha hidrográfica concebida para a actividade de investigação em estuários e zonas costeiras, onde fez o estágio, completando assim os cinco anos de curso, onde foi também aspirante e depois imediato do navio. Foi também imediato de lanchas de desembarque, inicialmente da “Bacamarte”, depois da “Alabarda”, e seguidamente da “Bombarda”. Mais tarde foi comandante da lancha de fiscalização “Açor”, especializando-se, posteriormente, em Informática. Depois dedicou-se à comunicação de dados e mais tarde foi chefe da rede de comunicação de dados da Marinha. Passados os três anos, comandou a “Bacamarte”. Em seguida, voltou à área técnica, na administração de dados. A última experiência profissional, que está prestes a terminar, foi executada na Secretaria de Estado da Defesa Nacional e dos Assuntos do Mar, como ajudante de campo do secretário de Estado, primeiramente do Dr. Manuel Lobo Antunes e depois do Dr. João Mira Gomes. Diz que gosta de fazer um trabalho visível e útil, “sempre quis orientar a minha carreira para a utilidade da acção, estar num local onde pudesse fazer coisas úteis e visíveis”. Este é um tipo de cargos transitórios, nos próximos três anos esta função na NATO vai ser exercida por João Paulo Codinha, elemento da Marinha, posteriormente será nomeado alguém do Exercito e só passados mais três anos, voltará a ser ocupado por alguém da Força Aérea. Depois deste desafio, João Paulo Codinha tem como objectivo o comando de uma Capitania, nos Açores. A NATO (North Atlantic Treaty Organization) ou OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), em Português, é uma organização militar que se formou em 1949, da qual fazem parte 28 países da América do Norte e Europa.