Companhia francesa monta a tenda no Centro Histórico de AlcobaçaDavid MarianoÉ um espectáculo de acrobacia e equilibrismo que vai fazer do Centro Histórico de Alcobaça um lugar de criatividade e expressão corporal: “Mobile” entra em cena no dia 14 de Setembro, às 16h 30, pela mão da companhia francesa Chabatz D’Entrar e vem mostrar como se contrariam algumas das leis da gravidade. Nota: “Mobile” tem como subtítulo “Espectáculo de Pranchas” e é isso que podemos esperar, artistas a instrumentalizar pranchas de madeira numa tentativa de explorar a manipulação e a colocação no espaço através de combinações improvisadas e equilíbrio incerto. Não é um espectáculo simples e muito menos de uma companhia qualquer: a Chabatz D’Entrar, oriunda da localidade de Limousin, anda desde 1997 a fazer da província e do mundo rural um palco para os seus trabalhos e propostas, não só através das suas actuações, mas realizando também ateliers.
Há mais nesta companhia do que simples atrevimento gravitacional: a tradição das artes do circo e uma paixão de saltimbancos pelo exterior serão outras das componentes que poderemos contar em “Mobile”. No currículo da companhia já se contam inúmeros espectáculos de rua com recurso a fogo, efeitos pirotécnicos, espectáculos deambulatórios e actividades dirigidas ao público infantil, iniciativas no domínio claro das artes circenses. Além do desenvolvimento das artes de rua e do circo, a Chabatz D’Entrar cria ainda projectos no quadro da cultura, da formação e do lazer.Entre teatro de objectos, situações absurdas e movimentos de circo, “Mobile” abre assim um tempo onde a fragilidade do homem face à matéria faz todo o sentido. Eles garantem: a madeira cortada, seca e transformada em pranchas aparece viva e sensível. Debaixo dos pés, chia, escorrega, dobra, estica-se e permite o conjunto num “espectáculo de pranchas”. Como as crianças que jogam “Kapla” gigantes, três homens seguem o caminho de construções extraordinárias onde o equilíbrio está no limite, acontecendo apenas graças a um contra-peso, à ajuda de um entalhe antes que tudo oscile e se desmanche. Equilíbrios, dança de pranchas, móbiles articulados, malabarismos, acrobacias sobre andas, ocupam esse tempo aberto na direcção de inúmeras possibilidades. Por isso é necessário observar, sonhar, trabalhar, dar-se tempo, viver, questionar-se, até à última nota de música. Senhoras e senhores, o espectáculo vai começar.
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