Armadores Espanhóis dizem-se “arruinados”

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PescasJosé RicardoAlgumas centenas de armadores e representantes do sector da pesca do país vizinho manifestaram-se no passado dia 7 diante da “Consejería de Pesca”, em Santiago de Compostela, para exigirem dos governos autonómicos e central que tomem medidas urgentes, porque se consideram “arruninados”.Segundo notícias divulgadas por agências noticiosas e jornais de Espanha, os manifestantes, oriundos […]

PescasJosé RicardoAlgumas centenas de armadores e representantes do sector da pesca do país vizinho manifestaram-se no passado dia 7 diante da “Consejería de Pesca”, em Santiago de Compostela, para exigirem dos governos autonómicos e central que tomem medidas urgentes, porque se consideram “arruninados”.Segundo notícias divulgadas por agências noticiosas e jornais de Espanha, os manifestantes, oriundos de portos galegos, asturianos e bascos, gritavam “Ave Mucha, los que van a morir te saludan” (recordando os escravos no Coliseu de Roma antes da hora da morte).

Concha Ortega, porta-voz da “Plataforma en Defensa del Sector Pesquero” declarou, segundo os relatos da imprensa espanhola: “Estamos arruinados. Somos famílias, pequenas empresas que empenharam as suas casas e que agora podem perder tudo”. Segundo disse, o combustível duplicou em quatro anos duas vezes, passando das antigas 30 pesetas para mais de 105 pesetas, ou seja, mais de 0,60 cêntimos do euro. Ou, como resumiu: “o pescado (está) a metade do preço e o combustível a mais do dobro”. Os manifestantes exigiram medidas idênticas às que foram adoptadas pela França no início do ano, após a greve dos pescadores na Finisterra. Nessa altura, o presidente Sarkozy e o ministro Michel Barnier convocaram os representantes do sector ao Palácio do Eliseu, em Paris, e anunciaram um pacote extraordinário de quinze medidas, entre as quais a redução dos descontos para a segurança social.As exigências dos manifestantes espanhóis foram apoiadas pelo porta-voz para as pescas do Grupo Parlamentar Popular, José Manuel Balseiro, e outros membros do mesmo grupo, que consideraram a situação como “insustentável” e acusaram o governo espanhol de “não estar a fazer nada”, acrescentando que este é “o pior momento dos últimos 25 anos”.Só na Galiza a pesca emprega 27.400 pessoas e factura cerca de 4.000 milhões de euros. Mas o manifesto da “Plataforma”, lido durante a manifestação de Santiago, aponta para a possibilidade da perda de “milhares de postos de trabalho” se não forem adoptadas medidas para compensar a subida do combustível e controlar as importações. Nos últimos dez anos, a Espanha perdeu 40% do emprego na pesca, segundo dados divulgados em Vigo pelo sindicato “Comisiones Obreras”.No mesmo dia da manifestação, o governo espanhol disponibilizou-se para retomar as negociações com o sector, que contempla a possibilidade de convocar uma nova manifestação, para Madrid, ainda este mês, e à qual se juntariam os representantes dos portos do Levante.

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