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O Lado escuro da Globalização ou os pesadelos…

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Mário Mário Botas ColunistaO mecanismo que está por detrás é fácil de compreender. Os investidores institucionais administram inconcebíveis fortunas vindas das contribuições de milhões de pessoas que pagam regularmente para o seusseguros de vida, e outras para as suas reformas suplementares.Na generalidade as redes destas sociedades encontram-se nos países anglo – saxões e germânicos e […]

Mário Mário Botas ColunistaO mecanismo que está por detrás é fácil de compreender. Os investidores institucionais administram inconcebíveis fortunas vindas das contribuições de milhões de pessoas que pagam regularmente para o seusseguros de vida, e outras para as suas reformas suplementares.Na generalidade as redes destas sociedades encontram-se nos países anglo – saxões e germânicos e no oriente moderno. O seu fim é o contínuo aumento e valorização dos fundos que irão reverter para as reformas dos seus contribuintes.

Nos últimos anos as acções das firmas na Bolsa foram o alvo preferido dos interesses destas sociedades.O sucesso do sistema porem, aposta na condição de o “valor” de cada empresa que está cotada na Bolsa aumentar constantemente, estando evidentemente as acções da mesma na posse dos investidores em causa.Pouco interessa se um tal aumento de valores é a longo prazo importante ou prejudicial para a sobrevivência da empresa.A qualquer altura a sociedade investidora pode desligar-se da mesma na medida em que, e obviamente com lucro, se separa das acções, vendendo-as.O pagamento de impostos sobre tais proveitos foi praticamente em quase todo o lado abolido ou reduzido a uma ínfima dimensão.Como consequência de tudo isto a maior parte dos investidores institucionais não se importam de exercer pressão por todos os meios junto dos gestores das empresas, pressionando-as a seguirem passos que servem exclusivamente o interesse de acumulação de riqueza a curto prazo.Alguns peritos são da opinião que cerca de 200 gestores ou chefes destes “investidores institucionais” decidem verdadeiramente sobre o futuro e bem-estardas principais empresas americanas, não tendo porem qualquer responsabilidade jurídicapelas mesmas.É precisamente neste ponto que se definem os interesses dos grandes bancos internacionais.O tempo em que ganhavam o grande dinheiro através da prestação de crédito acabou em grande parte.Hoje vivem em grande parte das provisões ganhas, cuja dimensão por sua vez é influenciada não só pela comercialização de valores , acções e divisas, mas também pela compra e venda de participações ou até mesmo de fusões.O movimento e concentração de pacotes de acções através dos “investidores institucionais” pode influenciar o curso da Bolsa de uma empresa, tal como a venda de uma parte da mesma, ou por exemplo a oferta de compra de um concorrente.De uma maneira ou de outra, os investidores ou os bancos estão sentados no mesmo banco.A eles juntam-se cada vez mais os responsáveis das direcções das empresas. O pagamento , o lucro da sua intervenção está dependente do curso das acções da sua empresa na Bolsa.Pensar e lutar pelo futuro da firma e dos lugares de trabalho dos seus colaboradores já não é o aspecto mais importante.O circulo vicioso completa-se portanto.O sistema funciona enquanto o jogo da Bolsa proporcionar lucros.Porem no meio de tudo istonão podemos esquecer que, na maior paz dos mundos de um quase imaculado progresso económico pode a qualquer altura acontecer muito rapidamente uma queda fatal.Mesmo pondo de parte todas as questões éticas e morais, é óbvio que aparecerão problemas inultrapassáveis , quando, por exemplo os citados investidores começarem, nos seus investimentos, a ultrapassarem o valor real das empresas que se encontram cotadas na Bolsa.Cálculos seguros apontam no sentido de que o valor total das acções negociadas nas Bolsas de todo o mundo terem aumentado pelo menos, desde 1980, ca 1000% senão mesmo 1500% .Comparado com o aumento da capacidade económica das nações industriais tradicionais que representa apenas cerca de metade dos valores acima apresentados, isto significa algo de especial.Inúmeros outros exemplos deste tipo demonstram como o valor definido da maior parte das empresas sobe em poucos meses a um valor multiplicado. Ainda à alguns anos o valor da Telekom alemã aumentou na Bolsa, num só dia, em cerca de 20 biliões de marcos, (10 biliões de euros).Mesmo os mais ingénuos adeptos do sistema da economia de mercado, compreenderão que tais “progressos” nada têm a ver com o valor de um aumento da verdadeira “substância” da empresa, ou com a qualidade da acção empresarial da mesma.Não esqueçamos também “as bolhas de sabão” dos negócios que à alguns anos provocaram um terramoto no sistema bancário oriental, nos seus mais profundos alicerces, um pequeno exemplo também foram as ultimas crises do mercado imobiliário dos EUA.A problemática foi e é discutida nos Estados Unidos como “arret price bubble”.Será que a partir de agora alguém possa repelir o pensamento de que hoje em dia temos portanto a ver com um grande numero de bolhas de sabão em relação às especulações na Bolsa?Até uma vez o Financial Times considerou espantoso que as acções da casa Goldman-Sachs tenham no primeiro dia da sua entrada na Bolsa subido o seu valor em cerca de 40% , vinte vezes mais do que o lucro anual da mesma.Por ultimo um outro caso famoso entre muitos, o exemplo da firma Amazon. Com , cotada na Bolsa ainda à alguns anos em 20 biliões de dólares, embora até a essa altura nunca na sua história tivesse ganho um cêntimo.Se um dia a citada “bolha de sabão” rebentar, haverá de certeza muito mais que lágrimas.Espera-se que os responsáveis políticos e económicos não se apercebam demasiadamente tarde que a palavra “ responsabilidade” não é uma daquelas sem sentido e conteúdo e que este sistema levou a uma erosão, a um desgaste dos fundamentos tradicionais do controle económico praticado pelos Estados Nacionais independentes.A porcelana partida em caso de catástrofe será gigantesca e estará á sua espera à porta de casa e não noutro sítio qualquer.Ulrich Beck considera que a globalização permite cada vez mais às empresas e às suas organizações amordaçar e apoderar-se do poder de decisão e acção do Estado Político e Social, organizado numa democracia e que os princípios desse Estado social e solidário assim como os custos do mesmo e o seu sistema de impostos se estão a derreter perante o sol da globalização.

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