Eu pescador me Confesso Armando Lopes Colunista Aqui há de tudo. Os que estão no poder e os que estão contra o poder. Os que, não estando no poder, querem chegar ao poder e aqueles que sabem que nunca vão lá chegar. Para todos a estratégia é a mesma. Quando estão no poder tudo é bom; quando estão fora do poder tudo é mau. Na certeza porém de que, aquilo que é mau para os primeiros, é da responsabilidade exclusiva dos segundos. E, inversamente, aquilo que é bom para os segundos, nunca é por mérito dos primeiros. Assim, havendo de tudo isto aqui, nada pode ser bom para todos sem que seja mau para alguns.
Posto isto nestes termos, os que estão no poder convencem-se de que tudo o que fazem é bem feito. Pelo contrário, os que estão na oposição, estão convencidos de que tudo aquilo que fazem os que ocupam o poder é mal feito. E só passará a ser bem feito quando eles próprios reassumirem o poder. Mesmo que os outros considerem que, de facto, não é assim. Ora acontece que isto dá uma confusão dos diabos. Porque já não se consegue saber, efectivamente, o que é bom ou mau, o que é bem ou mal feito. Cá para mim, que não tenho pretensões em ser do poder ou do contra-poder e tanto critico uns como outros, com gente desta o país só pode estar como está. Porque o país é este palco de contradições permanentes entre o que é e o que deve ser; entre o que se faz e o que se deve fazer. O país é este terreno pantanoso, dominado pelos “bota abaixo”. Que quando estão em cima esmagam os que estão em baixo. E quando estão em baixo rasteiram os que estão em cima. De modo que, acabam por ficar todos ao mesmo nível. Uns pelos actos e outros pelas omissões. Uns pelo que fazem e outros pelo que não deixam fazer. Coitados de nós que temos de lhes suportar os arrufos e, ainda, de lhes pagar os ordenados de excelência…
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