A população de pombos em Alcobaça tem vindo a aumentar a olhos vistosPopulação de pombos aumenta na zona envolvente ao Mosteiro de AlcobaçaO aumento da população de pombos levou a que a Câmara de Alcobaça lançasse uma campanha de sensibilizaçãoLiliana JoãoA Câmara Municipal de Alcobaça tem vindo a desenvolver uma campanha de sensibilização para o “Controlo da População de Pombos” no concelho, desde o passado mês de Novembro, através de folhetos e da instalação de um pombal de captura.Como consequências do excesso de pombos emergem várias alergias associadas ao aparelho respiratório, como falta de ar e tosse seca, originadas pelas penas e ácaros dos pombos. Para além disso, a transmissão de agentes patogénicos das aves é um perigo para a saúde pública.

Segundo Cristina António, médica veterinária da Câmara Municipal de Alcobaça, “a população de pombos tem vindo a aumentar em Alcobaça, nomeadamente na zona envolvente ao mosteiro de Alcobaça”, razão pela qual o gabinete médico veterinário e a divisão de ambiente e espaços verde da autarquia avançou com o projecto de controlo de população de pombos na cidade. Pelo facto de os pombos estarem em deslocação permanente, havendo no entanto zonas de maior concentração, como é o caso da zona envolvente ao Mosteiro e da zona junto ao Mercoalcobaça, foi instalada uma gaiola de captura móvel na praça da República para “recolha e controlo da população de pombos. Esta gaiola garante a alimentação dos animais e que cumpre todas as normas de bem estar”, explicou Cristina António. No entanto, esta alimentação garantida pela autarquia, será composta por milho devidamente injectado com uma substância anticoncepcional que, tal como explicou a veterinária municipal ao REGIÃO, “permitirá que os pombos que forem capturados na gaiola, mas que comeram o milho, não se reproduzem”. Até à data, foram capturados cerca de 300 pombos, sendo esta recolha feita periodicamente por funcionários da Câmara Municipal. As estas aves capturadas é administrada uma alimentação anticoncepcional, sendo que muitas delas são entregues a pessoas que desejam ter pombos como animais de estimação. “Quando entregamos os pombos às pessoas, é feito um aviso com os cuidados a ter com animal, nomeadamente para a desparatização”, referiu Cristina António. Muitas são as reclamações que a veterinária da autarquia ouve na rua mas confessa que “já há pessoas que me dizem que há menos pombos”. No entanto, a veterinária não acredita que apenas três semanas de controlo é o suficiente para se notar se a população de pombos diminuiu, adiantando que “só daqui a noves meses, um ano, é que posso fazer uma avaliação, positiva ou negativa, desta acção. Acho que ainda é muito cedo para tirar qualquer tipo de conclusões”. O objectivo desta campanha passa pela tentativa de diminuir a população de pombos em Alcobaça, “um problema que é comum a todos os municípios, mas objectivo não é eliminar os pombos mas sim controlar o crescente aumento da população”, disse Cristina António. A veterinária municipal acredita que o projecto terá sucesso se os munícipes colaborarem e não alimentarem os pombos porque então “se os pombos comem do comer que lhe dão já não vão comer o comer que está na gaiola, que funciona como medida anticoncepcional”.Poiso monumentalA sujidade provocada pelos excrementos dos pombos provoca a degradação progressiva de monumentos e mobiliário urbano. O Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça “sofre deste mal” e são cada vez mais os pombos que fazem dos beirados do monumento um pouso fixo. Rui Rasquilho, director do Mosteiro de Alcobaça, concorda com esta campanha de sensibilização e diz “é preciso tomar atitudes, desde que não implique a morte dos animais”. O Mosteiro tem actualmente na fachada, redes verticais que, segundo Rui Rasquilho, “não funcionam muito bem, porque os pombos pousam na mesma. Muitos também são os pombos que morrem nas redes acabando por ficar vários corpos pendurados nas redes”. O director do Mosteiro de Alcobaça contou ao REGIÃO que “já foi pedido um orçamento para novas redes, desta vez para serem colocadas ao vertical, medida que funcionará melhor que as redes horizontais que apenas envolvem as fachadas”. A autarquia apela à população para não alimentarem os pombos, já que estes são “auto-suficientes quanto à sua alimentação”. Esta alimentação excessiva na via pública provoca o aumento descontrolado da população de pombos e promove o aparecimento de pragas e outros problemas derivado ao alimento não consumido.