Os comerciantes com negócios junto ao Ascensor falam em dificuldades financeiras devido à paragem do transporte há vários meses devido à realização das obras de sustentação das arribas por parte da Agência Portuguesa do Ambiente [APA].
A obra tinha o prazo de execução de 8 meses, mas passou um ano, e o transporte continua encerrado, porque a empreitada ainda não terminou, esperando-se que reabra em finais de março, a última data apontada pela dona da obra em curso numa das reuniões com o representante do Município da Nazaré.
A pastelaria Sweet Moment fala de quebras superiores a 70 e admite fechar as portas. “Tive uma quebra de faturação enorme e tive que fazer planos de pagamentos para sobreviver. Em termos de saúde tem-me prejudicado também. Estou saturado porque já passou muito tempo e se isto demorar mais meses vou ter que fechar as portas, porque me estou a endividar”, diz o empresário que passou de “uma faturação de um montante para pouco mais de 100 euros por dia”.
Já o empresário Manuel Pires, com restaurante no Sítio, frente à Praça do Santuário, diz que estamos perante uma situação que se arrasta sem novidades quanto a prazos.
“É uma situação em que ninguém manda. Perguntamos e parece que mão se passa nada”.
Marina Póvoa, outra empresária afetada pela longa paragem, fala em “despesas certas (com rendas, contribuições, pessoal)” e de uma faturação que a está a deixar numa situação menos favorável desde o encerramento do ascensor.
Bruno Pereira, da ACISN, refere que perante as queixas e dificuldades registadas, a Associação “está a estudar todas as hipóteses possíveis, analisando tudo para tomar uma posição”, mas o “processo judicial” contra as entidades que estão na base dos prejuízos declarados pelos empresários ainda não é uma hipótese.
“Colocámos à APA a questão [dos prejuízos] e estamos a falar de dezenas de associados”, refere o responsável.
O vereador do Município da Nazare, Orlando Rodrigues, explica que “o PS solicitou, em sede de Assembleia Municipal, explicações da APA à Câmara”, mas até à data não se obtiveram respostas. “O que sabemos, informalmente, foi o que nos transmitiram no final de 2023, o que nos fez deixar de participar nas reuniões [de seguimento do processo] é que a obra poderá ficar concluída no final do mês de março, pelo menos permitirá a abertura do ascensor”.
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