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Vencedor das eleições renuncia ao cargo de presidente dos bombeiros da Benedita

Francisco Gomes

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Filipe Marques apresentou a sua renúncia ao cargo de presidente da direção dos Bombeiros Voluntários da Benedita, para o qual foi eleito no passado dia 30, na sequência dos protestos levados a cabo por um grupo de bombeiros descontentes com a anterior gestão e receosos de que houvesse continuidade.

O dirigente, que foi eleito com 67 votos, tendo a lista adversária recolhido 55, explicou que “nos últimos anos apoiei os Bombeiros Voluntários da Benedita em tudo o que me foi possível, quer enquanto cidadão individual através de donativos quer enquanto membro suplente na anterior direção, onde, embora sem qualquer poder de decisão, procurei sempre estar presente e demonstrar todo o meu respeito e apoio a todos os bombeiros”.

“Após várias manifestações de incentivo e por acreditar que posso dar mais a esta Instituição, decidi candidatar-me a presidente da direção dos Bombeiros Voluntários da Benedita. Lamentavelmente, logo após as eleições, sucederam-se manifestações e demonstrações de insatisfação perante os resultados, com ataques pessoais e difamações que em nada dignificam a instituição”, sublinhou.

O candidato vencedor referiu que “as acusações que me dirigiram são falsas, colocam em causa os valores que sempre defendi e afetam negativamente não somente a mim, mas também a minha família”. “É de uma profunda injustiça o que têm dito a meu respeito. Quero deixar bem claro que condeno todos os que se aproveitam dos seus cargos e das suas posições para se destacarem publicamente esquecendo-se que estão a prejudicar o bom nome de uma instituição como os Bombeiros Voluntários da Benedita e a comprometer a sua credibilidade e funcionamento futuro”, declarou.

“Compreendo algumas das razões de descontentamento e subscrevo-as totalmente, como por exemplo, mais formação e mais experiência de terreno, mas estas nunca devem ser feitas em detrimento do apoio à população. Se temos meios humanos e transportes disponíveis a instituição deve estar disponível para servir a população, nomeadamente o transporte de doentes”, disse.

Por outro lado, acrescentou, “compreendo igualmente que os bombeiros pretendam que lhes seja possibilitada mais formação física, mas não podemos esquecer-nos que passamos por um período de pandemia onde praticamente todas as atividades foram condicionadas, ainda assim foi criado e equipado um ginásio ao total dispor dos bombeiros e familiares”.

Segundo Filipe Marques, antes desta sua decisão reuniu com vários representantes dos bombeiros “para os ouvir e para que de forma construtiva, e em equipa, conseguíssemos definir um rumo que respondesse às suas preocupações e que acima de tudo protegesse a instituição”. “Não me demonstraram abertura para o diálogo e adotaram uma postura completamente intransigente”, sustentou.

“Candidatei-me para ajudar e para apoiar os bombeiros, disponibilizei-me para dedicar horas da minha vida a esta instituição, de forma totalmente voluntária, mas não estou de todo disponível para o caminho que querem seguir com esta obcecada vontade de única e exclusivamente retirar da direção as pessoas que democraticamente foram eleitas. Porque para mim sempre esteve e sempre estará a instituição em primeiro lugar, renuncio assim ao cargo de presidente, mas mantenho a minha total disponibilidade para continuar a apoiar os Bombeiros Voluntários da Benedita em tudo o que possa, mas apenas enquanto cidadão individual”, divulgou Filipe Marques.

Vigília de protesto

Na noite de 4 de outubro realizou-se uma vigília à porta do quartel com perto de duzentas pessoas, depois de cerca de três dezenas de bombeiros terem depositado os seus capacetes no chão e colocado uma faixa de protesto, como forma de manifestar o seu descontentamento contra os resultados da votação para eleger os novos órgãos sociais da associação humanitária.

Os bombeiros contestatários justificaram que tomaram esta posição porque “a direção que foi eleita irá ser mais do mesmo do que tem acontecido nestes últimos anos, porque são os mesmos e se trata apenas de uma troca de cadeiras e não se prevê mudança”.

“Deixámos de ser bombeiros especializados para passarmos a ser uma empresa de transportes de doentes não urgentes”, sublinharam, denunciando que “tem havido uma brutal falta de investimento em equipamentos de proteção individual e infraestruturas de apoio aos bombeiros”.

“A direção é prepotente, insensível e não demonstra interesse para com todo o corpo ativo. Graças a esta direção o atual quadro ativo conta com 60 elementos e os que prestam serviço efetivo são no máximo 40 e se houver necessidade de socorro mais especializado não existem em número suficiente operacionais qualificados para o efeito”, referiram.

Segundo fizeram notar, “esta direção não apresenta nenhum planeamento para a otimização de toda a estrutura física e humana e demonstra desinteresse e desinvestimento em formação técnica para atualizar os bombeiros às novas realidades”.

Queixaram-se também que “os bombeiros não são aumentados há vários anos e estamos indignados com o facto de fazermos um elevado número de horas extras sem que nos sejam pagas”.

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