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Entrevista ao novo presidente da direção ACISN, Ricardo Gomes

Mariana Martinho

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“O tecido empresarial da Nazaré é dinâmico, ativo, qualificado e sobretudo resiliente”

Ricardo Gomes é o novo presidente da direção da Associação Comercial, Industrial e de Serviços da Nazaré (ACISN), e em entrevista ao Região da Nazaré referiu que “os associados podem esperar que esta direção, trabalhe de forma abnegada, dedicada e competente na defesa dos interesses dos seus associados, nos sectores de atividade em que estes se incluem, bem como na promoção dos seus negócios, no planeamento da implementação de ferramentas e instrumentos, que visem o apoio aos empresários e empreendedores da Nazaré”.

Região da Nazaré – A ACISN – Associação Comercial, Industrial e de Serviços da Nazaré elegeu recentemente os novos órgãos sociais para dirigir a associação nos próximos anos, de modo a continuar a representar, defender e promover os interesses dos comerciantes, industriais e entidades do concelho da Nazaré. Nesse sentido, o que é que os associados podem esperar desta nova direção? E quais são os elementos que a constituem?

Ricardo Gomes – Bem, de uma forma muito pragmática, os associados podem esperar que esta direção, trabalhe de forma abnegada, dedicada e competente na defesa dos interesses dos seus associados, nos sectores de atividade em que estes se incluem, na promoção dos seus negócios, no planeamento da implementação de ferramentas e instrumentos que visem o apoio aos empresários e empreendedores da Nazaré. Podem esperar ainda que trabalhemos de forma rigorosa, na gestão dos recursos da Associação, recursos esses que são de todos os associados. E é muito importante frisar que estamos todos a gerir recursos, que não são nossos, o que é de uma responsabilidade enorme, e por outro lado, estamos a gerir expectativas, o que nestes tempos difíceis é de uma importância acrescida.

R.N. – Como é que esta nova equipa surge nesta associação? E se os elementos já faziam parte dos órgãos anteriores?

R. G. – Esta equipa surge de uma necessidade natural de renovação. Neste caso, houve o término natural de um ciclo e a necessidade de se encetar outro. Aproveitar, atualizando aquelas medidas que os nossos antecessores implementaram e tiveram sucesso, fazendo uma ponte com aquela que é a nossa visão. Esta equipa surge na associação de uma forma muito natural, e parte de uma base única, ou melhor, de uma ideia comum e transversal a todos os elementos que a compõem, que é a ideia de que os empresários e empreendedores da Nazaré, têm hoje um peso e uma imagem no cenário económico nacional e mesmo internacional, que ganharam por mérito próprio e muitos deles, recorrendo apenas aos seus próprios recursos. Mas porque nada é garantido é necessário consolidar essa posição conquistada, fazendo da inovação de produtos, serviços, métodos e processos uma constante, através da formação e qualificação dos quadros e dos funcionários, pois é destes fatores que depende a competitividade das empresas e dos negócios. A própria captação de mais agentes económicos para se fixarem na Nazaré, gerando emprego por um lado e conhecimento por outro é ainda de fulcral importância, e isto só se consegue mostrando que o tecido empresarial da Nazaré é dinâmico, ativo, qualificado e sobretudo que é resiliente face aos desafios que se colocam. Aliás, esta ideia nos tempos difíceis que vivemos torna-se ainda mais importante.

Esta equipa foi ainda formada, partindo de uma premissa, a continuidade da inovação, isto é, aproveitando-se a experiência de quem já fazia parte dos órgãos sociais anteriores e que por isso, têm um conhecimento privilegiado daquilo que é o tecido empresarial da Nazaré, misturando com pessoas que, pela sua experiência pessoal, profissional e de percurso tivessem uma ideia muito clara e precisa de como potenciar o tecido empresarial do concelho, de como consolidar a sua importância no cenário nacional e otimizar a sua posição internacional. O resultado foi aquilo que eu considero um equilíbrio quase perfeito entre experiência e a disponibilidade de atuação e inovação.

R. N. – Quais são os maiores desafios/ objetivos para este mandato?

R. G. – As nossas ideias, os nossos projetos têm um nexo de causalidade entre eles, pois só assim darão resposta ao desafio colocado pela atual conjuntura pandémica. Racionalizar o comboio turístico da nazaré, propriedade da ACISN, colocando-o a funcionar o ano inteiro, potenciando receitas internas, por um lado e colocando-o ao dispor dos associados através da facilitação da mobilidade na Nazaré. No sentido de facilitar a adesão dos associados será disponibilizado um kit de associado. Para contribuir para a promoção e visibilidade do comércio local já formalizámos o registo de três marcas comerciais, vocacionadas para a promoção, visibilidade nacional e internacional do comércio local da Nazaré enquanto marca comercial. Ainda com este intuito, já fechámos com sponsors um calendário mensal de conferências em que trazemos à Nazaré, uma força viva nacional do universo dos negócios, para disponibilizar o seu exemplo, aos nossos empreendedores. Temos também já fechado com parceiros, um projeto com o universo escolar, com o intuito de formar os novos empreendedores nazarenos.

Para facilitar a vida aos nossos associados, apostamos ainda na modernização e qualificação dos serviços, que prestamos aos nossos associados, para que estes se possam dedicar inteiramente aos seus negócios, e em setembro lançamos o SAEE, o Serviço de Apoio ao Empresário e Empreendedor. Essencialmente, primeiro tivemos que conhecer esta nossa casa em pormenor, perceber o que temos para trabalhar, conhecer a equipa de apoio e depois começarmos a trabalhar.

R. N. – Qual o papel que a ACISN tem desenvolvido na Nazaré para ajudar a combater os efeitos da pandemia da covid-19 no comércio local?

R. G. – Nesta questão, creio que o mais importante é que os nossos associados percebam que a ACISN no momento trabalha para criar condições para que os associados possam aceder aos apoios sociais disponibilizados pelo Estado, para mitigar a perda de rendimentos. Por outro lado, concentramos em nós toda a informação possível acerca das restrições e comportamentos a adotar, por parte dos nossos associados, de forma a torná-la acessível e descomplicada, para que estes se possam preparar o mais atempadamente possível.

R. N. – Recentemente, o município da Nazaré integrou a lista dos concelhos de risco muito elevado de incidência da covid-19, e passou a ter novas medidas restritivas como o encerramento dos espaços de retalho não-alimentar até às 15h30, durante o fim de semana e feriados. Essa situação tem gerado um crescente descontentamento dos comerciantes. Qual é posição da nova direção da ACISN em relação a esta medida?

R. G. – Nesta questão, temos procurado manter uma posição bicéfala, isto é, procuramos por um lado trabalhar na facilitação na obtenção de apoios sociais por parte dos nossos associados, e por outro lado, tentamos que as medidas que o Governo decreta sejam alvo de uma discriminação positiva. Sabemos que por muito difícil e reduzida que seja a margem de manobra, em relação à primeira, a segunda é sempre e será sempre menos eficaz, pelo simples facto de que não depende de nós e está inserida num cenário mais geral, por isso com menor espaço para as particularidades do tecido económico da Nazaré. Resultado disto é o facto de na semana passada termos feito chegar à Secretária-geral da Presidência do Conselho de Ministros, a alguns Ministérios e Secretarias de Estado uma missiva onde solicitamos a reapreciação das medidas restritivas, aplicáveis à Nazaré, por conta dessas particularidades e pelo acentuado fator sazonal da economia local.

R. N. – Na vossa opinião, que iniciativas diferentes poderiam ser tomadas para minimizar as perdas de rendimento dos associados?

R. G.- Neste aspeto, cremos que cabe à Câmara Municipal enquanto entidade pública de gestão do território tomar a iniciativa de adotar algumas medidas de mitigação da perda de rendimentos das empresas e mesmo das famílias. Se o fez, ainda que levemente no 1º confinamento, desde aí não o tem feito, não pelo menos de forma sustentada e integrada. Abdicar de uma parte ou totalidade do IMI, isentar os comerciantes e empresas de um conjunto castrador de taxas e emolumentos era da mais elementar justiça. Autorizou os comerciantes a alargar as zonas de esplanadas, mas não explicou aos mesmos que teriam que formalizar um conjunto de registos para se tornarem isentos de taxas aplicáveis e poderem efetivamente usufruir desta medida. Eu diria mesmo que o que poderia ser feito de forma diferente era haver mais planeamento e mais humildade da parte das entidades públicas que gerem o nosso território.

R. N. – A nova direção receia que haja encerramentos de associados em massa, se a situação se prolongar, por muito mais tempo?

R. G. – Esse receio, infelizmente verifica-se todos os dias. Todos os dias, há notícia de associados que enfrentam cada vez mais dificuldades e que mal se conseguem manter em funcionamento. O Governo esconde-se por detrás de um marasmo regulamentar de acesso aos apoios sociais, em que na prática não existem ou são residuais as empresas e empresários que efetivamente conseguem ter acesso. A pandemia e a questão da saúde pública têm que ser contida, disso não há menor dúvida, mas o cenário social e económico tem forçosamente que acompanhar a intensidade dessa contenção, sob pena de tornar a pobreza estrutural no concelho uma realidade ainda maior.

R. N. – Relativamente à Câmara Municipal da Nazaré considera que o apoio que tem sido dado aos comerciantes é suficiente?

R. G. – A Câmara Municipal adotou um conjunto de medidas, aquando o primeiro confinamento, dirigido a famílias e empresas, que não repetiu. Mais importante que catalogar aqui essas medidas é mostrar que neste momento, a autarquia não é parte da solução, como foi, mas sim parte do problema.

R. N. – Qual a posição da associação comercial em relação às medidas de apoio dadas pelo governo?

R. G. – O atual sistema de apoios sociais é praticamente inexistente. Como referi anteriormente, nós já tivemos oportunidade de questionar o Governo em relação a esta questão. Em termos práticos, o sistema de incentivos é um marasmo regulamentar que quando é esmiuçado percebe-se que é muito difícil uma empresa/empresário conseguir reunir todas as condições para poder aceder aos apoios.

R. N. – Quais são as perspetivas futuras para o comércio na Nazaré, quando a pandemia terminar?

R. G. – Como referi atrás, uma redefinição, uma reorganização do comércio local, uma desmaterialização de canais, cujo perigo poderá ser em última análise, o aumento do desemprego.

R. N. – Que mensagem gostaria de enviar a todos os associados da ACISN?

R. G. – A ACISN, no que estiver ao nosso alcance, tudo fará no sentido de proteger os nossos empresários e empreendedores. Contem connosco, porque nós contamos convosco.

Mariana Martinho

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