Tinta Ferreira obteve a informação da parte da direção da Agência Portuguesa do Ambiente (APA) ao final da tarde do passado dia 7 e regozija-se com o que considera serem “excelentes notícias para salvar a Lagoa”.
Segundo o autarca, o governo “irá agora marcar a consignação da obra, que deverá ser durante este mês e espera-se que a obra inicie até ao final de abril, princípio de maio”.
A segunda fase das dragagens da Lagoa de Óbidos, um investimento de 14,6 milhões de euros que deveria ter iniciado em 2019, foi adiada várias vezes.
Em causa está a empreitada de dragagens da zona superior da Lagoa, visando a retirada de 875 mil metros cúbicos de areia, ao longo de 4 mil metros de canais e 27 hectares de bacias daquele ecossistema, e a sua deposic¸a~o no mar, para sul, a partir da arriba do Gronho.
O presidente da Câmara revelou que já alertou a APA da necessidade de fazer novamente o desassoreamento dos canais dentro da Lagoa de Óbidos.
Na primeira fase das dragagens foram retirados 716 mil metros cúbicos de areia da lagoa, tendo a segunda fase dos trabalhos sido aprovada, em Conselho de Ministros, em 14 de dezembro de 2017.
As dragagens visam combater o assoreamento que periodicamente fecha o canal de ligação ao mar, a denominada “aberta”, pondo em causa a subsistência dos bivalves e a atividade económica de cerca de uma centena de pescadores e mariscadores.
A intervenc¸a~o ira´ contemplar tambe´m a valorizac¸a~o ambiental de 78 hectares a montante da foz do rio Real, com a erradicac¸a~o de vegetac¸a~o infestante e plantac¸a~o de espe´cies vegetais auto´ctones.
O prazo de execuc¸a~o dos trabalhos e´ de 18 meses, sendo que as dragagens devem ficar conclui´das dentro de um ano, a contar da data de consignac¸a~o da empreitada.
A obra é financiada em 85% pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficie^ncia no Uso de Recursos) e em 15% e pelo Fundo Ambiental.
Foz e Nadadouro festejam
O anúncio da aprovação do visto do Tribunal de Contas que dá “luz verde” às dragagens na Lagoa de Óbidos teve direito ao lançamento de foguetes na Foz do Arelho e no Nadadouro na noite de 7 de abril.
A população foi surpreendida com os foguetes, tendo o executivo da junta de freguesia da Foz do Arelho explicado que numa das intervenções na Assembleia Municipal das Caldas da Rainha o presidente da autarquia fozense, Fernando Sousa, aquando da apresentação de uma moção a exigir as dragagens, tinha dito, em tom de brincadeira, que “todos os dias me sento na praia do mar a ver se a draga aparece no horizonte e no dia em que houver o visto do Tribunal de Contas iremos fazer uma alvorada de foguetes”.
Logo após saber que as dragagens irão avançar ainda este mês, a junta de freguesia da Foz do Arelho resolveu cumprir as promessas, realizando o lançamento dos foguetes, iniciativa à qual se juntou o Nadadouro, freguesia vizinha.
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