A sessão de free surf, decorrida nos dias 28 e 29 de outubro, que juntou uma multidão ao longo da estrada do farol e pelas arribas, e levou a Nazaré a todos os canais informativos devido às ondas grandes, mas também ao ajuntamento em tempo de pandemia, é apontado como um dos exemplos da falta de planeamento.
No sítio da internet da Câmara Municipal da Nazaré, a 27 de Outubro, e tendo em conta a aproximação do fenómeno natural que origina periodicamente as Ondas Gigantes na Praia do Norte, podia ler-se: “As autoridades oficiais locais, que estiveram reunidas, durante esta tarde, determinaram algumas normas destinadas à assistência de público que costuma acorrer em grande volume até ao local, tendo em conta o contexto pandémico”, entre as quais a do encerramento do Forte de São Miguel Arcanjo e o condicionamento do trânsito na Estrada do Farol.
“O que se veio a assistir foi a um enorme caos, causado não só pela acumulação de pessoas na zona de acesso ao farol, mas pela quantidade de viaturas que se empilhou por tudo o que era canto e recanto no Sítio da Nazaré, impedindo, inclusive, que algumas pessoas conseguissem ir trabalhar por terem a sua viatura bloqueada por outras estacionadas de qualquer forma, por via da ausência de lugares/parques de estacionamento suficientes”, escreve o PCP.
Para o PCP, “os planos traçados pelas entidades oficiais locais para acolher condignamente e em segurança todos os que nos visitaram nesses dias, e para garantir a normalidade aos que por cá residem, falharam em toda a linha, pondo em causa a segurança sanitária dos participantes e das populações, e, por incompetência e irresponsabilidade, a possibilidade de, mesmo no contexto epidémico atual, continuar a desenvolver atividades desta natureza em condições de organização, proteção e segurança sanitária”.
Referem os comunistas que “o responsável pelo executivo municipal escudou-se na imprevisibilidade da afluência dado o contexto de saúde pública e na inorganicidade do evento”, acrescentando que a prática normal dos profissionais e adeptos do Surf relativamente às “ondas gigantes” era conhecida e por isso “é inexplicável a surpresa expressa pelo Presidente da Câmara Municipal”.
A estrutura local do PCP, as falhas e as desproporcionalidades “são gritantes” tendo em conta a forma como se projeta a Nazaré no mundo”, apontando ainda para a “inexistência de parques de estacionamento periféricos com a devida ligação aos diferentes pontos do concelho através de uma eficaz rede de transportes públicos urbanos, à carência de parques condignos para caravanistas, para além de constrangimentos ao nível do ordenamento do território e do urbanismo”.
No comunicado sobre a sessão de free surf e o ajuntamento que causou, o PCP refere, ainda, que o turismo é importante para o dinamismo da economia do concelho da Nazaré, e a visibilidade que as ondas da Praia do Norte têm aportado a este sector são uma mais-valia inegável para atingir os mais altos objetivos nesta área.
“Há que estruturar o concelho alinhando-o com aquilo que os visitantes esperam encontrar e com o que os residentes desejam, e merecem, ter – um concelho justo, equilibrado, seguro e em harmonia com as várias dimensões da nossa vida coletiva – económica, social, ambiental e cultural”, sugerem os responsáveis pela concelhia.
A comunicação dos comunistas termina com a recuperação de um dos temas que marcou a discussão na última Assembleia Municipal da Nazaré, a realização da Festa do Avante em tempo de pandemia de Covid-19, e o pedido de esclarecimentos ao Presidente da Câmara sobre o que aconteceu nos dias 28 e 29 de outubro.
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