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Pais do século XXI têm “papel mais ativo e significativo na educação dos seus filhos”

Mariana Martinho

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As diferenças do pai do antigamente para o pai do século XXI são “várias e bastante evidentes”, manifestou o Gabinete de Psicologia da União das Freguesias de Caldas da Rainha - Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, referindo ainda que os “pais de hoje têm um papel bastante mais ativo e significativo na educação e desenvolvimento dos seus filhos”.

De acordo com as psicólogas do gabinete, Sara Oliveira e Sílvia Freitas, “a sociedade mudou, as exigências que são impostas às famílias quando colocamos na balança trabalho versus família também são outras e consequentemente, o papel do pai da atualidade é também muitíssimo diferente”.

Antigamente, segundo as responsáveis, “o pai era uma figura mais distante e focada na vida profissional e a mãe era a figura mais frequentemente associada à família e à afetividade”. Isso atualmente “não acontece”, pois na sua generalidade, a figura paterna passou a “participar mais ativamente na educação das crianças”, notando-se assim “uma maior divisão das responsabilidades parentais entre os casais”, bem como uma maior comunicação, proximidade e envolvência.

Igualmente referiram que “na atualidade é possível constatarem-se diferenças logo desde o nascimento do bebé, pois existe um maior número de pais a beneficiarem da licença parental”. Assim, na generalidade das famílias, “os pais têm um papel bastante mais ativo e significativo na educação e desenvolvimento dos seus filhos”.

Questionadas sobre a importância da figura paterna no desenvolvimento de uma criança, as psicólogas responderam que “pode ser essencial”, mas depende também de vários aspetos, de “como é a relação estabelecida entre pai e filho e qual é a presença que este pai tem na vida da criança”. Ou seja, “se for um pai que é um excelente cuidador, será sem sombra de dúvidas importante no desenvolvimento da criança e será um exemplo que a criança irá ter em consideração, como um modelo que vai observando e imitando ao longo do seu crescimento”, tendo assim um “grande impacto no desenvolvimento global”, podendo ainda perdurar até à vida adulta.

Mas para que haja um bom relacionamento entre os pais e os filhos é “essencial privilegiar o diálogo”, mesmo em aspetos do quotidiano, como “simplesmente perguntar como correu o teu dia?”, ou então, “parar o que se está a fazer para ouvir e compreender quando a criança ou jovem estão dispostos a falar e a partilhar momentos”. Isso, segundo o Gabinete de Psicologia, deve ser cultivado como uma rotina no dia-a-dia.

Também é “essencial” que os pais sejam muito honestos na relação, mostrando assim às crianças e aos jovens que os “adultos também sentem angústias e frustrações”. Igualmente “não deve deixar de ser criado tempo de qualidade entre pais e filhos, com atividades que irão ser prazerosas para ambos”. Aliás, de acordo com o gabinete, “às vezes não é preciso ser muito tempo, mas tempo vivido em pleno”.

As duas psicólogas também apontam para a importância de que a “família seja a base segura da criança/jovem e que a ajude a traçar as suas metas, não esquecendo sempre de celebrar as suas conquistas com elogios e afetos, alimentando desta forma a sua autoconfiança”. Além disso “devemos sempre valorizar o esforço que a criança faz e enaltecer os seus êxitos”, e ainda estabelecer limites e regras, que são “balizas estruturantes no desenvolvimento das crianças e jovens”, pois “o ‘não’ pode também ser um ato de amor”.

As responsáveis também afirmaram que “um pai pode efetivamente ser um ótimo cuidador, apesar de idealmente ser preferencial a criança ter os seus dois progenitores presentes na sua educação”. Quando tal não se verifica, por diversas razões possíveis, “isso não determina necessariamente que a criança não possa ter o seu desenvolvimento normativo e saudável”.

A figura paterna “também pode ter competências essenciais para educar e cuidar adequadamente os seus filhos ao longo do seu crescimento”.

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