António Caria Santos, do Movimento Cívico Pela Defesa do Promontório da Nazaré, disse que a instalação de uma ‘zipline’ constitui “um atentado ao património natural” que pode “destruir a imagem do promontório, um ícone turístico e cultural da terra”.
O projeto, cujo concurso público foi aprovado pelo executivo municipal em setembro, prevê a instalação de um ‘zipline’ que permitirá fazer uma descida de 700 metros, entre o Sítio e a praia, por cabo aéreo.
O concurso prevê a concessão da utilização privativa de uma área do domínio público municipal a uma empresa privada por um período de 20 ou 25 anos, na convicção expressa pelo presidente da câmara, Walter Chicharro (PS), de que o projeto “aumentará as atrações turísticas ao longo de todo o ano e combaterá a sazonalidade”.
A instalação do projeto ‘zipline’ foi aprovada, pela Assembleia Municipal, onde o PS detém a maioria, mas sob contestação do Movimento Cívico Pela Defesa do Promontório.
Em comunicado, o movimento acusou a autarquia de avançar com o processo “nas costas da população, que não foi ouvida, nem esclarecida devidamente”.
O movimento contesta que a autarquia tenha já investido “25 mil euros na abertura do concurso sem que se saiba se a instalação daquele equipamento, naquele local, vai ser autorizada por outras entidades”.
Formado a 15 de outubro para tentar “parar este processo, que está a preocupar muitas pessoas”, o movimento tem a correr, na internet, “uma petição com 571 assinaturas, a que se juntarão centenas de outras que estão a ser recolhidas em papel para fazer parar esta pretensão, até porque se desconhecem os seus riscos”, afirmou António Caria Santos.
“O ponto de chegada, a distância em relação às pessoas que se encontram na praia e o ruído” são alguns dos fatores, que, no entender do movimento, “podem prejudicar mais do que beneficiar o turismo na Nazaré”.
O movimento está também a proceder à distribuição de panfletos, alertando para o projeto, e criou uma página nas redes sociais, seguida por mais de 850 pessoas, onde “a população está a deixar as suas opiniões”.
O movimento, que integra representantes de várias associações locais, de partidos políticos e da sociedade civil, promove no sábado uma reunião para definir novas formas de oposição à instalação do ‘zipline’.
O ‘zipline’ ou tirolesa é uma atividade de aventura originária da região de Tirol, na Áustria, que consiste num cabo aéreo ancorado entre dois pontos, pelo qual o praticante se desloca através de roldanas conectadas por mosquetões a um arnês.
0 Comentários