“Temos muitos trabalhadores em que o horário de trabalho não está a ser registado, que estão a trabalhar muitas horas, que estão a receber abaixo do salário, que não têm dia de descanso nesta altura do ano de maior fluxo turístico”, justificou à agência Lusa António Baião, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Hotelaria, turismo, Restaurantes e Similares do Centro.
O dirigente sindical, que visitou este mês unidades da restauração e da hotelaria nos concelhos de Peniche, Óbidos e Nazaré, no distrito de Leiria, exemplificou que “a maior parte dos trabalhadores da restauração está a trabalhar 10 e 11 horas por dia, sem serem registadas, o que significa que o trabalhador nunca recebe por todo trabalho extraordinário e o patrão não declara em termos de impostos este trabalho”.
Já na hotelaria, António Baião denunciou que existem casos de “assédio moral” por parte das chefias, no sentido de obrigar os trabalhadores, em concreto empregados de andar, “a aumentar o ritmo de trabalho e o número de horas sem serem depois pagos”, para fazer face à lotação das unidades.
Nos dois setores, o sindicato encontrou também jovens estudantes ou recém-formados, “a desempenhar postos de trabalho de caráter permanente, que [alegadamente] não são declarados e não têm contrato de trabalho”.
A ação do sindicato desenvolve-se sob o lema “Em Agosto a Luta não vai de Férias” e destina-se a contactar com os trabalhadores com o intuito de os informar sobre os seus direitos laborais e conhecer a realidade na maioria dos destinos de maior fluxo turístico da região centro.
O sindicato negociou com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP) uma nova tabela salarial, que ambas as partes deverão assinar ainda este mês, para entrar em vigor e que está a ser dada a conhecer aos trabalhadores.
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