O Protocolo entre a Câmara da Nazaré e a Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC), assinado no passado dia 8, na presença do Ministro da Cultura, Luís Filipe Castro Mendes, dá início ao processo de Requalificação do Museu Dr. Joaquim Manso e à transferência do espólio e dos funcionários para espaços da Autarquia.
O estado de conservação do equipamento cultural está na origem deste acordo. As instalações apresentam sinais de elevada degradação e a falta de condições para o seu funcionamento, ou conservação e depósito das coleções que possui.
Até à conclusão das obras de requalificação, os serviços museológicos ficarão a funcionar no 1º piso do Centro Cultural da Nazaré (antiga lota) e no prédio da Rua dos Lavradores (próximo da Av. da República, marginal norte).
A transferência do espólio e dos trabalhadores para estas instalações provisórias terá início em breve, prevendo-se que as obras na antiga casa de férias do Dr. Joaquim Manso comecem durante o segundo semestre deste ano.
“Este protocolo mostra que a colaboração entre o Estado central e as Autarquias é fundamental para o desenvolvimento da cultura, a preservação do património e o apoio à nossa criatividade”, disse o Ministro.
“O Museu precisa de obras profundas e perante o seu mau estado de conservação, celebramos este protocolo. A parceria cria as condições necessárias para a transferências das coleções e dos serviços técnicos para instalações cedidas pela Autarquia, que permitirão salvaguardar condignamente o património e, simultaneamente, colocá-lo acessível ao público, enquanto durarem as obras na sede”, disse ainda Luís Filipe Castro Mendes, adiantando que a DRCC vai disponibilizar o apoio financeiro e a capacidade técnica para a elaboração do projeto de reabilitação do edifício.
Para além do apoio técnico na elaboração de um caderno de encargos da intervenção de requalificação, cabe à DRCC disponibilizar 100.00€ (cem mil euros) em 2018, e outros 100.00€ (cem mil euros) em 2019 para a obra, ficando o restante investimento a cargo da Câmara. Estima-se em mais de 300 mil euros o investimento necessário para a reabilitação deste edifício, datado do princípio do século XX.
Por sua vez, Celeste Amaro, diretora da DRCC, mostrou a sua satisfação pelo fim de um longo processo que conduziu a este protocolo, e disse que “está na hora de se pensar um novo Museu”.
O Presidente da Câmara Municipal, Walter Chicharro, que falou do bom exemplo da gestão do património cultural e patrimonial por parte da Autarquia, referindo-se, nomeadamente ao desempenho do Forte de S. Miguel Arcanjo (sob gestão da Nazaré Qualifica) que atingiu meio milhão de visitantes, classificou o dia de “marcante”.
“O Museu Dr. Joaquim Manso preocupava-nos, e hoje é um dia marcante porque damos um passo na reabilitação do edifício existente, mas também, para a abertura de um novo Museu, que incorporará esta fase, que vai ser requalificada”.
O futuro Museu terá que integrar a antiga casa de veraneio do Dr. Joaquim Manso, cumprindo-se uma das cláusulas da doação ao Estado. O museu, que possui um grande espólio de objetos ligados à faina da pesca e artes marítimas, está instalado na antiga casa de veraneio de Joaquim Manso, escritor e jornalista fundador do “Diário de Lisboa”, (datada do início do século XX), que nunca foi sujeita a intervenções de fundo ou de adaptação a estas funções.
“Perspetiva-se o contacto com o arquito Siza Vieira, autor do projeto para um novo Museu da Nazaré, no sentido de o reformular, para, em breve, darmos os passos necessários à sua construção. Os fundos comunitários do Quadro 20/30 terão que ter um papel determinante”, informou o autarca.
O Ministro da Cultura garantiu, durante esta visita, que o projeto do novo Museu já foi inscrito no Plano Nacional de Investimentos 20/30.
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