O novo caminho tem 53,2 km e é considerado “o mais bonito e o mais duro” de todos os caminhos peregrinos assinalados pela associação. Possui marcação nos dois sentidos – setas azuis simples em direção a Fátima e setas com inscrição “Nazaré” no sentido contrário – e aproveita parte de um percurso elaborado anteriormente pelo Centro Nacional de Cultura, disse Rodrigo Cerqueira.
“Não é um caminho turístico que se faça num fim de semana, em família. Passa por zonas de montanha e obriga a uma boa preparação física prévia, roupas e calçado adequado. Mas quem o faz acaba por se sentir recompensado pela beleza da paisagem, que não deixa ninguém indiferente”, afirmou o responsável associativo.
De acordo com Rodrigo Cerqueira, o caminho foi integralmente cumprido pela primeira vez por uma peregrina holandesa (que fez o percurso a pé entre o Porto e Fátima, rumando depois à Nazaré) e lhe assinalou apenas um defeito: “Disse que era muito pequeno, só durava dois dias”.
O Caminho Poente “acaba no mar” e faz lembrar o Caminho de Finisterra, percurso peregrino de cerca de 100 km que liga Santiago de Compostela ao Cabo Finisterra, na Galiza, Espanha.
Rodrigo Cerqueira, Pedro Monteiro e João António, outros dois sócios da Associação dos Amigos dos Caminhos de Fátima, marcaram o Caminho Poente ao longo de 15 dias, cumprindo de bicicleta mais de 400 km, e gastaram 10 litros de tinta branca e 14 latas de tinta em ‘spray’.
A associação, que pugna pela utilização de caminhos predominantemente fora de estrada, através de campos, serras e paisagens rurais, disponibiliza na sua página internet (www.caminho.com.pt/maps.html) mapas dos percursos a utilizar pelos peregrinos e também dados para orientação por GPS.
Os percursos para os peregrinos, ilustrou Rodrigo Cerqueira, desenrolam-se na forma “de um crucifixo” com Fátima no centro: a juntar ao Caminho Poente (que tem a Nazaré numa das extremidades) existe ainda o Caminho Este (em direção a Tomar), a ligação de 141 km para sul, até Lisboa – originalmente criada em 1998 pelo Centro Nacional de Cultura e que foi revisto e melhorado pela associação, nomeadamente um percurso de 8 km na zona da Azambuja, alternativo ao trajeto anterior, que passava por um parque logístico ali existente – e o percurso 465 km para Santiago de Compostela, a norte.
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