Na conferência defendeu-se o treino e a disciplina como chaves da preparação de um atleta de competição, e o lazer como um incentivo, no plano de treinos.
Miguel Moreira (consultor técnico para o desenvolvimento desportivo, formação de treinadores, equipa nacional e alto rendimento); David Raimundo (selecionador nacional da Federação Portuguesa de Surf); Nuno Trovão (treinador da equipa nacional de bodyboard); Teresa Almeida (campeã do mundo de bodyboard ISA) e António Cardoso (atleta profissional de bodyboard) foram os oradores do passado dia 23.
Sobre Treino de alto rendimento em surf e bodyboard, Miguel Moreira defendeu a separação entre “o surf de prazer e o surf competitivo, onde a lógica tem que fazer sentido para todos. Os atletas não são surfistas de lazer, mas de competição, que também devem ter os seus momentos de lazer”. O consultor técnico afirmou, ainda que “é preciso fazer surf e treino complementar, que é fundamental para a preparação do atleta de competição. O importante é gerir os tempos de cada um e a qualidade do treino dentro de água”.
O selecionador nacional da Federação Portuguesa de Surf, David Raimundo, recordou os seus primeiros anos no surf “quando não havia método, treino planeado, treinadores ou organização. Era tudo diferente”, para afirma que “no treino, a organização é o fator chave do sucesso. Mas manter os atletas felizes também conta muito para o êxito. O surf tem características diferentes, e muito especial pelo prazer que proporciona, mas na metodologia de preparação é igual aos restantes desportos de competição”.
António Cardoso disse que deu os primeiros passos na modalidade “com a minha experiência de vida e com a observação dos outros, que se encontravam dentro de agua”, mas, hoje, “com o patrocínio da marca Praia do Norte, temos outras componentes que ajudam na preparação da competição”.
“De início dei relevância ao prazer de surfar. Contudo, para termos sucesso como atletas, o treino complementar, que nos está a ser proporcionado no âmbito do Protocolo com a Nazaré Qualifica, é essencial”, disse o atleta profissional de bodyboard.
Já Teresa Almeida, que se declarou “mais preparada para a competição, com a ajuda de treinos mais organizados”, não abdica dos seus momentos de lazer no mar.
“Quando começamos a ter planos muito rígidos de treinos, as coisas deixam de ser divertidas. O que gosto de verdade é de surfar e fazer free surf, mas se tudo for bem doseado seremos bons profissionais. O Bodyboard está a caminhar no sentido da profissionalização. Há cada vez mais escolas, planos de treino e metodologias adequadas à competição e para formar atletas”, disse Teresa Almeida.
O ciclo de conferências organizado pelo CDAN tem como objetivo debater os desportos de ondas e potenciar a Nazaré como destino dessas modalidades.
Em breve, será anunciada a data e o tema da próxima conferência.
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