Como é que surgiu a relação com o bodyboard?

Sou da Nazaré e cresci junto ao mar, sempre deslumbrado com o oceano. A primeira prancha que tive foi aos cinco anos. Depois disso a minha vida passou-se sempre dentro de água. A partir dos nove anos já almejava frequentar as competições, iniciei o circuito nacional aos dez, tendo sido campeão nesse ano e nos que se seguiram, sagrando-me hexacampeão nacional bodyboard esperanças. Depois disso, e na competição senior/open fiquei no top 16 nos anos que se seguiram até hoje, tendo este ano ficado no top 5 do circuito nacional e top 16 do circuito europeu. Nos circuitos intersócios tenho vários títulos de campeão regional.

Essa paixão desenvolveu-se sozinha ou foi preciso ajuda de um professor de bodyboard?

Quando nos iniciamos nas competições é sempre preciso ajuda de um treinador para apoiar nas provas. Enquanto “esperança” sempre tive o apoio do meu treinador Dino Casimiro, do Clube de Desportos Alternativos da Nazaré (CDAN). Hoje em dia sinto-me confiante e seguro nas competições que faço pelo mundo, contando sempre com o apoio da família e dos amigos.

Na Nazaré realizou-se este ano uma das etapas do circuito mundial de bodyboard. Como é que correu?

Nessa prova fiquei em quinto lugar entre os melhores do mundo. É sempre muito positivo ter uma etapa deste nível em casa, faz-nos querer voar cada vez mais alto. É motivador e inspirador. O campeonato teve transmissão online e o resultado foi excelente para os atletas em competição, para os nazarenos e para todos os que se deslocaram à Praia do Norte para assistir ao evento.

A Nazaré acrescenta desafios ou já há um domínio completo?

Na Praia do Norte o desafio é constante, tem as ondas mais poderosas que alguma vez surfei em qualquer parte do mundo. Portanto, penso que será sempre alicante dominar aquelas ondas e é isso que faz com que esta zona seja uma evolução constante para o surfista.

Como atleta que representa a Nazaré, o que isso significa?

É sempre uma responsabilidade enorme representar a minha terra e os meus. Como surfista nazareno, o público espera sempre de nós uma performance excelente aprimorada e levada à excelência pelas ondas da Praia de Norte. Fazer face a esta expectativa é muitas vezes stressante, mas tento sempre manter a calma e os pés bem assentes na terra, e aguardar sempre as melhores ondas.

E o que é que Peniche tem para oferecer aos surfistas?

Em Peniche encontra-se todo o tipo de ondas, desde para a iniciação como ondas de alta competição. É uma zona muito conhecida para a prática do surf ou bodyboard, porque desde cedo que se organizou de forma a prestar as melhores competições do mundo. Para além de acolher estas competições na água, tem em terra uma panóplia de restaurantes, cafés e bares jovens e acolhedores para todos aqueles que se deslocam a Peniche para assistir a eventos de ondas, realçando o espírito do surf em qualquer esquina.

Como foi a vitória na segunda etapa do circuito regional de Peniche?

Já frequento competições em Peniche há alguns anos e esta etapa foi desafiante porque todos os atletas eram do mais alto nível e as ondas eram excelentes. Durante a final, só a minha primeira onda é que foi boa, tendo ficado durante os 30 minutos do “heat” em quarto lugar, e foi quando tive a sorte de surfar a última onda que um “backflip” transformou por completo o meu resultado, passando de quarto lugar directamente para primeiro nos últimos segundos.

Qual é a importância desta vitória em Peniche?

Nesta fase da minha carreira os objectivos são sempre elevados, e vencer é sempre um dos objectivos. Neste momento estou a preparar-me para os circuitos nacionais, europeus e mundiais do próximo ano.

E como é essa preparação para as competições?

Antes de mais tento manter o corpo são com uma alimentação cuidada, treinos de natação e treino funcional quando não há ondas, porque quando as há mantenho-me dentro de água o dia todo.

Adoro surfar em Peniche, e como tenho família lá já sou frequentador assíduo há muitos anos. Peniche é excelente para a prática de bodyboard porque por ser uma península consegue-se sempre encontrar uma praia com o vento perfeito para a prática da modalidade, para além de que já conto com um bom grupo de amigos em Peniche que me chamam sempre que há boas ondas.

Alguma novidade a partilhar com os nossos leitores?

Apelo sempre à visita da minha página de facebook e instagram (Dino Carmo), onde podem manter-se actualizados das minhas prestações dentro e fora de água. Para além de que foi lançado esta semana um vídeo meu, editado pelo Pedro Luís, com as melhores sessões da costa oeste, que podem consultar no link directo a partir do facebook. Agradeço aos apoios que me a surfar mais alto (Praia do Norte, Agent18, ScienceBoards, e Supersfins).