A situação foi denunciada por pescadores da embarcação “Almaraz Sol”, cujo armador se queixa de “avultados prejuízos” devido aos estragos causados nas redes de cerco“ pelas ratazanas que “abundam no porto de pesca”.
Segundo informou o vereador António Trindade, que trouxe o caso ao conhecimento público, “a rede foi retirada [da embarcação] para que fossem reparados alguns rasgos” e, três dias depois, “estava toda roída”, o que impediu o barco de sair para faina nesse dia e no dia seguinte já que a reparação “levou um dia de trabalho com 17 pescadores”.
Os pescadores temem que daqueles animais representem “perigo para a saúde pública” já que as redes “estavam guardadas a 20 metros da lota”, onde se comercializa o pescado.
Contactada pela Lusa, a Docapesca, que desde fevereiro de 2014 gere o porto da Nazaré, reconheceu que “periodicamente se regista esta situação” para a qual já solicitou “à empresa responsável pelo controlo de pragas na área da lota que estendesse o âmbito da mesma às áreas portuárias mais criticas”.
De a cordo com a Docapescas, as recorrentes pragas de roedores nos portos são “resultantes de comportamentos dos utilizadores”, quer “pela falta de cuidado, quer por falta de uma fiscalização mais presente e eficaz”, o que levou a empresa a realizar ações de sensibilização para as boas práticas.
O objetivo é “alterar paulatinamente os hábitos destas comunidades” no que que respeita “ao abandono de redes e aprestos velhos, à má utilização dos contentores existentes, e à presença e alimentação de animais de estimação na área do porto”, pode ler-se na resposta enviada à Lusa.
Na sequência da denúncia, a câmara da Nazaré aprovou, por unanimidade, uma moção proposta pelo vereador independente António Trindade, exigindo à tutela que trave “a degradação” do porto, sobretudo no cais de atracação e na sua envolvente.
No cais, refere a moção, há “falta de batentes que provocam rombos nas embarcações” e estão destruídas as escadas de acesso. Já na zona envolvente as queixas são de falta de manutenção das estradas, inexistência de saneamento básico e falta de limpeza no porto onde proliferam embarcações abandonadas.
Em resposta, a Docapescas adiantou hoje que “a substituição das defensas e escadas [do Cais de Atracação] foi objeto de uma candidatura ao PROMAR” (Programa Operacional Pesca 2007-2013), cuja aprovação se aguarda, e que a empresa efetuou já este ano “intervenções de recuperação da rede de energia elétrica nas pontes-cais”.
Nas áreas envolventes foi realizada, em 2014 uma limpeza e corte de vegetação da área portuária e reforçados os contentores para resíduos.
Segundo a empresa, foi também iniciado, em março, um procedimento de Remoção de Artes Abandonadas “com vista a eliminação e encaminhamento das redes abandonadas e demais resíduos, contribuindo não só para a limpeza dos cais como para a melhoria de segurança dos pescadores”, procedimento que será repetido em breve.
Desde que é responsável pela gestão do Porto, a Docapesca aumentou a vigilância e avançou com requalificação do Edifício da Lota e Cais de Descarga, num investimento 363.625,00 euros.
Para 2015 tem prevista a reabilitação dos passadiços flutuantes de estacionamento das embarcações de recreio e pesca (25.000 euros), a melhoria do sistema de tratamento de água salgada (9.250 euros),a reabilitação do cais de descarga (600.000 euros) e a reabilitação da rede de distribuição de água potável e ligação da rede de águas residuais à ETAR (90.000 euros),informou a Docapescas.
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