Os débeis sucessos da redução do défice e do desemprego ou da consolidação das contas públicas, anunciados com pompa e circunstância apesar de muitos deles serem virtuais, não justificam o elevado preço que pagamos. Principalmente, porque exigiram sacrifícios brutais que não impediram a dívida acumulada e os juros de continuarem a crescer, atingindo valores incomportáveis. O que vai comprometer, inevitavelmente, o nosso futuro e o das gerações vindouras.
Nós cumprimos, é verdade, mas à custa de uma austeridade irracional e de uma carga fiscal elevadíssima que atirou milhares de famílias para os limiares da pobreza. E, também, à custa da venda ao desbarato dos anéis e dos dedos.
Nós cumprimos, porque os nossos governantes se esqueceram de que foram eleitos para resolver os problemas dos cidadãos e não para defenderem interesses financeiros. E, com esta preocupação obsessiva de redução do défice, provocaram o caos nas escolas, nos hospitais, nos tribunais, na Segurança Social e, sobretudo, na vida das pessoas. Quando era fundamental que se preocupassem em proporcionar igualdade de oportunidades a todos e não espremessem de forma desumana as classes menos favorecidas.
Nós cumprimos sim, mas… e de que é que isso nos valeu? Se ficamos com um país mais pobre, mais desigual, mais injusto, mais endividado, menos independente e com menos recursos…
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